Smell • vegaspete •

09

Pete havia feito o bolo de chocolate, mas estava na dúvida se ia ou não até o prédio de Vegas, decidiu que não seria legal chegar lá com uma vasilha em mãos, porque... Era uma empresa, um lugar conhecido com pessoas ricas andando ali direto, não seria algo bem visto. Acabou decidindo convidar o alfa para ir em sua casa no final da tarde, suas mães não estariam, Luna estaria no trabalho, Porchay na agência e seu irmão mais velho já estava no apartamento que iria dividir com seu marido.

O ômega decidiu ir tomar um banho depois que todos saíram de casa, colocou uma camisa simples e uma bermuda qualquer, estava em casa, não iria pôr a roupa mais arrumada para receber Vegas, o ômega gostava de conforto e não iria ficar todo cheio de coisas por causa do alfa, ainda mais em sua casa. Decidiu não passar perfume, se Vegas gostava do seu cheiro natural, não iria ficar usando perfume para abaixar seu cheiro de sálvia e alecrim. O ômega voltou para a cozinha e recebeu uma mensagem de Vegas dizendo que já estava chegando, o ômega olhou para o relógio na cozinha e ficou confuso, ainda era cedo para o Theerapanyakul largar o trabalho, lembrava do alfa ter citado que sempre saías as 18hrs, e ainda eram 16hrs.

Não demorou muito para o ômega escutar baterem na porta, foi correndo abrir e sorriu quando viu Vegas, o alfa abriu um sorriso e suspirou quando sentiu o cheiro de Pete atacar o seu nariz e sabia que o cheiro também já havia grudado em seu corpo.

― Oi querido ― disse e Pete lhe deu espaço para entrar ― Fiquei surpreso com o seu pedido.

― É porque eu... Eu fiz bolo e queria que você provasse ― disse baixinho e o Theerapanyakul riu segurando o queixo do ômega e deixando um selinho nos lábios dele.

― Me sinto honrado por ter pensado em mim.

― Na verdade o bolo é para você ― confessou e passou a mão no rosto se afastando do alfa ― Vem.

― Querido... Eu ― Vegas ficou sem graça seguindo ômega ― Lembra que eu comentei que não sou fã de doces?

― Ai meu Deus! ― Pete choramingou ― Eu esqueci. ― fez um bico ― Poxa, Vee.

― Mas eu como, eu só não prometo comer muito, mas eu como ― disse e puxou o ômega pela cintura, Pete ainda resmungava que era um idiota ― Querido, não fica assim, eu como, mas não prometo comer ele todo, mas um pedaço não é ruim pra mim.

― Tudo bem ― disse ainda bicudo ― Vou cortar um pedacinho só.

― Nada disso, pode me dar um pedaço generoso ― Vegas riu largando o ômega ― Posso sentar?

― Claro, Vegas ― disse indo pegar a faca para cortar o bolo ― Você já é de casa.

― Eu só vim aqui uma vez e já sou considerado de casa? ― perguntou risonho e Pete tirou a tampa que cobria o bolo ― Ok, mesmo não sendo fã, esse bolo está muito bonito.

― Você quer me comprar ― disse e o Theerapanyakul riu ― E sim, você é de casa porque minha mãe Chae já te adorou, e olha que ela não é a pessoa mais sociável.

― Ela foi bem comunicativa comigo ― o alfa disse e Pete colocou o pedaço de bolo no pratinho e pôs em frente ao alfa ― Vamos ver se está gostoso.

― Vegas, se estiver ruim você pode falar ― Pete se serviu e foi sentar perto do alfa, Vegas pegou um pedaço com a colher e pôs na boca ― Vamos, Vegas.

― Estou avaliando ― O Theerapanyakul brincou e recebeu um apertão no braço ― Está delicioso, e nem está tão doce.

― Eu não usei achocolatado ― deu de ombros e comeu ― Até que está bom mesmo.

― Acho que terei que levar o bolo comigo.

― Te faço um pratinho ― o ômega brincou ― Vegas, você saiu do trabalho agora?

― Sim ― respondeu sem encarar o ômega, na verdade assim que viu a mensagem do ômega não pensou duas vezes e deixou as coisas na mão de Kim e saiu para encontrar com Pete.

Vagas não queria admitir, mas já estava de quatro por Pete, o que ele pedisse o alfa faria sem pensar duas vezes, o cheiro dele não saía de suas roupas e nem de sua pele, não havia como fugir. Mas lá no fundo isso preocupava o alfa, relacionamentos não são como coisas da empresa que são administradas de maneira metódica e até simples, relacionamentos eram diferentes e isso já deixava o Theerapanyakul com medo, com medo de ruir com todo o império do seu pai por causa de um ômega.

Não era qualquer ômega, mas ainda sim... Se ele tirasse seu foco do trabalho poderia perder algo.

― Vee ― Pete o chamou e o alfa sorriu perdido o encarando ― Você tá bem?

― Estou sim ― respondeu.

― Obrigado por ter achado um tempinho e ter vindo aqui porque eu pedi ― Pete disse vermelho ― Eu sei que você é ocupado, tem muitas coisas a resolver, mas eu realmente fico feliz por estar comigo quando consegue.

― Eu estou rendido a você, querido ― Vegas disse e segurou a mão do ômega ― Tão pouco tempo e eu já estou assim por você.

― Bobo ― o ômega riu corado ― Mas é sério, obrigado. Se um dia eu mandar alguma mensagem e você estiver ocupado, basta negar, eu não vou ficar irritado ou coisa parecida, tá? Você tem seu trabalho e ele é muito importante.

― Ok. ― beijou a mão do ômega. ― Quando você volta a trabalhar?

― Daqui a duas semanas, foi mudado a data ― disse ainda tendo a mão segurada pelo alfa ― Por que?

― Só queria saber até quando te terei o dia todo disponível ― brincou e o ômega riu. ― Seu cheiro é incrível.

― Vee...

― Mas é verdade ― sorriu ― E ele gruda em mim de um jeito que você não faz ideia.

― Ele gruda? ― os olhos do ômega brilharam ― É sério?

― É sério ― apertou a mão do ômega ― Você sabe o que significa?

― Que meu ômega escolheu seu alfa e que ele também me escolheu ― disse baixinho e o Theerapanyakul assentiu.

― O que é bom, não gostaria de brigar com o meu lobo caso ele não te quisesse ― disse e se inclinou segurando o rosto do ômega com a outra mão ― Porque eu estaria disposto a brigar com o meu próprio alfa para poder ter você.

― Vee...

Pete suspirou e fechou os olhos assim que Vegas encostou os lábios nos seus e o beijou.

O cheiro de ambos tomou conta de toda a cozinha, para muitos seria o cheiro mais estranho do mundo, mas o cheiro de salvia e alecrim juntos ao cheiro de café, fazia os lobos de ambos se sentirem nas nuvens.