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Pete estava sentado no chão com seus alunos, alguns brincavam com blocos e outros com seus próprios brinquedos que haviam trago, o ômega adorava aqueles momentos de brincadeira, era interessante ver de perto como cada criança se comportava, como elas brincavam, algumas não sabiam o que fazer e brincavam sozinhas, outras já queriam ficar só e ter apenas as suas coisinhas ali.

― Engraçado que agora eles dividem, antes era uma luta ― a auxiliar murmurou e Pete riu.

― Isso tem que ser trabalhado com calma, eu nunca forço eles as dividirem o que é deles, por exemplo, o Mike trouxe brinquedo e o Kao quer, eu não vou fazer o Mike dar o brinquedo dele se ele não quiser ― explicou ― Temos a visão de que criança não tem querer, que ela precisa dividir tudo, mas não, é uma coisa dela, ela não é obrigada a dividir, então eles dividem quando querem. Mas eu deixo bem claro que os brinquedos que eu dou a eles, eles precisam dividir, são brinquedos de todos.

― Entendi ― ela murmurou ― Mas se mesmo assim não quiserem dividir?

― Aí temos que conversar ― Pete sorriu quando uma de suas alunas veio para o seu colo e o abraçou ― Tudo bem, meu amor?

― Eu amo você.

― Sério? Eu também amo você ― Pete disse sorrindo e ela riu saindo do colo do ômega e voltando a brincar.

― Ai Pete, às vezes eu queria ter esse tipo de tratamento ― ela disse rindo ― Eu não ganho um eu te amo assim.

― Porque você não demonstra, eles gostam de ouvir que são amados, e assim eles demonstram ― falou ― Você às vezes fica com a cara amarrada ― disse e ela riu ― Seja mais amorosa, eu sei que às vezes alguns estressam, mas é comum, são crianças, elas não entendem tudo muito bem e para alguns a maneira de se comunicar é chorando e gritando.

― Você quer ter filhos, Pete?

― Ai eu quero ― sorriu ― A maioria dos professores do infantil não querem, mas eu quero, eu quero ter o meu pra mimar e ensinar.

― Sai! ― Pete se assustou quando um dos alunos gritou com o colega, o ômega levantou e se aproximou dos dois.

― O que foi, uh? ― Pete sentou perto dos dois.

― Não quero ele, sai ― o aluno empurrou o colega e ele começou a chorar.

― Pega ele aqui, acolhe, por favor ― Pete pediu a auxiliar que se aproximou e pegou o pequeno que chorava ― Posso brincar com você? ― Pete pediu e o menino o encarou ― Posso?

― Pode.

― Por que você empurrou o colega? Ele só queria brincar com você ― Pete disse montando alguns blocos.

― Eu não queria ― disse.

― Tá bom, mas foi feio você empurrar ele, ele chorou ― Pete explicou ― Ele ficou triste ― o garoto olhou para o colega no colo da outra professora ― A gente pode ir lá pedir desculpa pra ele?

― Não.

― Não? Mas poxa, você fez uma coisa feia pra ele, e quando a gente faz isso, precisa pedir desculpas, lembra? Aqui na sala a gente não bate, a gente faz carinho ― lembrou e o garoto o olhou ― Vamos lá com ele pedir desculpas?

Pete sorriu e o garoto não respondeu, a auxiliar voltou com o outro garoto e ele sentou no lugar de antes, o ômega fez carinho no rostinho do garoto.

― Você quer brincar, meu bem? ― ele assentiu e Pete lhe deu os blocos.

― Desculpa ― o outro soltou e o garotinho só balançou a cabeça.

― Muito bem, você pediu desculpas ― Pete disse ― Agora vamos brincar de novo, o que a gente vai fazer com os blocos?

Smell • vegaspete • Onde histórias criam vida. Descubra agora