XI - A porta finalmente está aberta.

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Já se passaram dois dias desde a última vez que fui ao Bar Aurora.

A luz do acontecimento passado ainda está aceso na minha mente, e devo admitir que, no fundo, concordava com Phil. Sou uma tola por voltar para cá, é fato. Mas eu não voltei por eles, voltei pelo meu falecido pai.

Mesmo não tendo pistas o suficiente para correr atrás, infelizmente tenho que aguardar o sequestrador dar os seus passos. O que me leva a pensar que o delinquente, com esse feito, tem como objetivo nos deixar de mãos atadas. Tem como objetivo nos deixar confusos com essas cartas.

O que tudo isso significa, afinal? Simplesmente não sabemos.

Mas tenho em mente que o malfeitor sabe dos acontecimentos de um ano atrás. E eu não me surpreendo, já que as fofocas por aqui devem ter disparado na época.

Portanto vá, e eu estarei com a tua boca, e te ensinarei o que deves dizer, é o que a última carta diz.

Se o que Thomas disse é realmente verdade, talvez esse sequestrador queira fazer o que eu não fiz.

Vingar a mim mesmo.

No entanto, porque ele faria algo assim por minha pessoa?

Então, o sequestrador se compadece e resolve, sem mais nem menos, se vingar por mim. O criminoso não é tão criminoso assim.
É, sem dúvidas, uma situação hilária.

Para o homem querer fazer isso, ele teria que pelo menos me conhecer, mas não me recordo de conhecer alguém com atitudes tão perversas.

Ninguém, exceto... Phil.

Então, na visão dele, eu sou idiota por voltar pra cá, e é claro que eu concordo, mas imediatamente o aponto como suspeito quando tenho em mente que o sequestrador quer se vingar por você. De todos, ele é o que mais chega próximo.

E eu não estou tirando essa conclusão do nada, é palavras do próprio Phil.

Abro a gaveta do criado-mudo e retiro uma caderneta e lápis, anotando que ficaria de olho no Barman e que marcaria um horário para conseguir extrair algo mais dele. Assim que eu termino de anotar, guardo a caderneta e o lápis no criado-mudo.

Percebo meu celular tocar.

Ligeiramente seguro o pequeno aparelho e vejo indicador de mensagem e... é Ele, depois de muito tempo.

Os sentidos afloram, meu coração acelera e eu paraliso. E vendo o homem do outro lado da linha insistir nas mensagens, não visualizei nenhuma.

Eu estava o evitando.

Uma das coisas que eu aprendi a fazer quando algo ameaça meu físico ou psíquico é evitar.
Tenho evitado árvores desde que um galho me espetou, e tem árvores por todo o lado!

Tsc, que bobagem!

Entro nas mensagens do homem, me pondo a ler.

[Jake] Selena?
[Jake] Tenho uma pista que vai ajudar o caso a fluir.
[Jake] Encontrei alguém que tem uma máquina de escrever, e a melhor parte, é que eu sei a localização exata onde essa pessoa mora.
[Jake] É próximo a Duskwood, em Colville.

[Selena] Como conseguiu essas informações?

[Jake] Isso não importa agora.
[Jake] Mas, preste atenção:
[Jake] Não tenho muito tempo, então eu peço que você faça o que eu instruir, ok?

[Selena] Não. De jeito nenhum.
[Selena] Apenas mande o endereço e eu me viro com o resto.

[Jake] Destrua o cartão de memória, o chip e o seu celular. Depois eu resolvo isso.

Duskwood - Apenas Mais Uma Chance.Onde histórias criam vida. Descubra agora