XII - Então tudo fez sentido.

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Ainda pela manhã, Selena andava pelo quarto inteiro enquanto xingava aos quatro ventos o hacker.

Qualquer coisa que o envolvesse, era o suficiente para Selena revirar os olhos e bufar.

Mas Selena acaba desistindo do seu momento quando a sensatez agarra sua mente e lhe faz sucumbir à prepotência imediata.

Não vale a pena se estressar por alguém tão fútil.

De fato, de nada valia, mas na maioria das vezes era inevitável.
Tanto, que se sentia surpresa pelo fato de se alterar tão facilmente quando o assunto era ele.

A morena respira e inspira lentamente, se sentando na ponta da cama, agora com sua postura totalmente curvada que poderia facilmente ser confundida com uma corcunda.

- Apenas faça o que eu mandei. É uma ordem! - repetiu, hilariando a mensagem mandada mais cedo pelo hacker.

Na sua mente, havia soado de uma maneira engraçada, quase tirando uma risada da morena.

Com certeza estaria gargalhando com as mãos enroscadas sob a barriga se ainda não estivesse alterada com a situação.

O som de batidas na porta ecoou pelo quarto, fazendo Selena abandonar sua posição curvada e ir em direção a porta, se abaixando minimamente na altura do olho mágico e olhando quem era a pessoa que a esperava do outro lado.

Ninguém.

Não havia ninguém do outro lado da porta.

E quase que imediatamente, Selena foi tomada pelo frio atravessando sua espinha dorsal, e tudo que pudesse ser denominado como ruim veio a sua mente.

Como se soubesse que algo iria acontecer, ela se afasta da porta sorrateiramente, envolta no seu instinto.

Por mais que tivesse sido três batidas aparentemente inofensivas, não ousaria abrir a porta agora.

Se achava louca, mas não burra o suficiente pra fazer isso.

Mais batidas é ouvida pela segunda vez, só que mais forte e mais pesada.

O alerta vermelho se manifesta na sua mente, no entanto, as batidas pararam e uma carta é escoltada para dentro do seu quarto pela fresta da porta logo abaixo, parando em frente aos seus pés.

Sem entender, Selena alterna entre olhar para a carta estirada no chão e a porta opaca.

Já não passava mais nada na sua cabeça, como uma névoa escura te impedindo de enxergar.

Se pondo a afastar qualquer coisa que a atrapalha, Selena finalmente se move, e lentamente se abaixa para pegar a carta envelopada.

Com a carta em mãos, Selena caminha até a porta e espreita o outro lado, girando a chave, e, por fim, abrindo-a vagarosamente. E somente com a cabeça para fora, Selena fitou o corredor, visando de um lado para o outro.

Nada.

O corredor estava vazio e silencioso como de costume.

A mulher soltou pesadamente o ar que estava preso em sua garganta, se recolhendo para dentro do quarto, agarrando a carta com força.
Seus pés se movendo por conta própria em direção a poltrona perto da janela.

Após sentar-se confortavelmente, ela observa o envelope pardo.

Não havia remetente, apenas o seu nome escrito de forma cuidadosa no lado direito.

Selena abre o envelope e puxa a carta de uma só vez, sentindo a textura assim que a toca.
Com as duas mãos segurando a carta e olhos fixados, a morena desdobra o bilhete, deixando suas digitais suavemente na folha áspera graças a umidade de suas mãos.

Duskwood - Apenas Mais Uma Chance.Onde histórias criam vida. Descubra agora