VII ‐ Incertezas.

1.2K 116 37
                                    

Na tarde daquele mesmo dia...

- Oi, Selena! Pode entrar. - Disse Cleo, me dando passagem para poder entrar em sua residência, logo depois fechando a porta atrás de si - Você é a primeira a chegar. Os outros já devem estar a caminho - A morena comenta se sentando no pequeno sofá.

- É, eu espero que sim. - Digo me sentando em uma poltrona de frente para a Cleo.

Ficamos em um silêncio maçante, onde você tenta achar um tópico de conversar interessante, mas eles fogem da sua mente.

Desisto de tentar puxar qualquer outro assunto com a morena quando o motivo de eu realmente estar ali reaparece na minha mente.

- Cleo - Eu a chamo - Já que estamos a sós, eu queria te fazer uma pergunta. - Digo serenamente. Cleo olha para mim por alguns segundos, mas acaba concordando.

- O que você acha dos outros? - Pergunto sem muita enrolação.

- Os outros? O que tem os outros? - Cleo me olha em questionamento.

- É só uma pergunta simples, Cleo. Uma pergunta que eu quero que você seja sincera o bastante. - Cruzo as pernas - Vamos lá, não é tão difícil. O que você acha dos outros? - Repito a minha pergunta, mas só que dessa vez, mais firme, convicta de que eu queria uma reposta dela.

- Eu não sei como responder a essa pergunta. - Cleo, enfim, admiti. Ela ajeita seus óculos em seu rosto e desvia sua atenção para o outro lado da sala, se rencostando no sofá.

Eu não sou especialista em analisar pessoas, mas pelo pouco que eu sabia, eu tinha a sensação de que a Cleo estava escondendo algo.

A tal ponto, resolvi pressioná-la moderadamente para ver se eu conseguia extrair alguma coisa dela, algum resultado que valesse a pena. Tudo que a Cleo disser é válido se for pensar com cuidado.

- Sabe o que eu acho engraçado? - A morena volta sua atenção pra mim - O Richy apontar logo você como suspeita. Dentre outras pessoas no grupo, por que você? - Indago, olhando no fundo dos seus olhos.

- Eu realmente não sei, Selena. Primeiro essa marca do corvo aparece na porta da minha casa; depois foi essa carta que também estava na frente da MINHA casa - Cleo faz questão de dar ênfase em seu momento de fala - O que mais você acha que eles vão pensar? Uma decisão errada pode causar muitas consequências.

- Uma decisão errada? O que você quer- Meu "interrogatório" é interrompido quando o barulho da campainha soa pela casa.

- Oh, são eles! -Cleo fala, aparentando estar aliviada. Rapidamente, a morena se levanta do sofá e caminha em direção a entrada.

Mirei a Cleo enquanto eu a via se aproximar cada vez mais da porta, convencida de que eu terminaria essa conversa mais tarde.

Faces conhecidas aparecem assim que a porta é aberta, causando um pequeno alvoroço ao cumprimentarem a Cleo, e logo em seguida, me cumprimentando.

O grupo de amigos foi se acomodando aos poucos, com a pequena saleta já cheia, a maioria do pessoal tiverem que permanecer em pé -Visto que não havia assentos o suficiente para todos.

No entanto, eles não pareciam se incomodar com isso.

Sentada na poltrona confortável, me preparo para iniciar o debate.

- De início, eu queria ter as duas cartas em mãos. - Peço educadamente. Uma vez que, Cleo e Thomas estavam em posse das duas cartas do sequestrador. - Eu agradeço. - Digo assim que eles me entregam as cartas.

Duskwood - Apenas Mais Uma Chance.Onde histórias criam vida. Descubra agora