Acabo de acordar com o despertador e o sinto reverberar na minha cabeça e meu cérebro chega a tremer.
Tenho a visão do inferno por alguns segundos.
Hoje é meu último primeiro dia indo para aquele zoológico.
Último dia primeiro dia do último ano do ensino médio.
Resisto a vontade de jogar meu celular na parede, ficando sentando por, no mínimo, 10 minutos olhando para o meu gato dormindo ao lado do meu travesseiro, desejando ser ele.
Coloco meus pés descalços no tapete cinza quentinho e me levanto coçando a cabeça bocejando. Dou três passos até o meu armário e visto calça de moletom alguns tamanhos maiores que eu e um camisetão — e um tênis, claro.
Saio do quarto prendendo meu cabelo em um coque meio merda e vou até o banheiro escovar os dentes e lavar o rosto. Meus olhos estavam vermelhos, parece que fumei 1kg de maconha, mas é só porque fiquei acordado até 4 da manhã e tive duas horas de sono.
Desço as escadas e na cozinha encontro minha mãe, Sasha Kozume. Ela colocava um pote de bolo, daqueles prontos do mercado mesmo. Mamãe não tinha muito tempo de cozinhar já que passava o dia todo trabalhando para me dar do bom e do melhor, já que o bosta do meu pai resolveu sumir.
E agradeço a qualquer ser maior por isso.
— Bom dia, mamãe. — Ela me olha com um sorrisão lindo, mesmo dando para ver seu cansaço nos olhos, ela fazia de tudo para parecer bem.
— Bom dia, filhote. Dormiu bem?
— Claro. — Minto. Ela não precisa de mais uma preocupação.
— Que ótimo! — Ela se senta na mesa. E eu a acompanho, pensando se devo comer ou não. Meu estômago é fraco quando se diz respeito a comer de manhã. — Vai comer?
— Não sei...
— É bom pelo menos tomar algo, meu bem. — Ela diz colocando café em sua xícara. Aquele cheiro forte sobe e meu estômago embrulha. — Se não, pode ficar com dor de cabeça até o intervalo das aulas.
Suspiro.
— Tudo bem.
Pego minha caneca de sempre, que tinha alguns desenhos meio geométricos aleatórios, que minha mãe já havia posto na mesa. Coloco leite gelado e algumas colheres cheias de achocolatado.
— Você vai me levar hoje ou vou sozinho? — Pergunto casualmente.
— Sinto muito, filhote. Mas vai ter que ir sozinho hoje. É o primeiro dia do meu trabalho também e o gerente me pediu para apresentar a empresa antes para novos funcionários. Tenho que chegar mais cedo. Tudo bem? — Ela parecia decepcionada consigo mesma, sempre se cobrando demais.
— Claro, mamãe. Sem problemas. — Sorrio um pouco. — Afinal, gosto de caminhar um pouco de manhã. O ar é gelado.
O que não era mentira. Caminhar ouvindo música era ótimo. Ela da um sorriso pequeno e assente.
— Eu tenho que ir saindo. Não esquece da comida do Banguela. — Ela se levanta pegando a bolsa e a chave. — Até a noite.
Ela sai porta a fora.
Termino de tomar meu achocolatado mexendo no celular. Levanto da mesa pensado se devo ou não lavar a louça agora.
— Isso é um problema para o Kenma do futuro. — Penso alto decidido e vou até o potinho do Banguela, meu gato.
Dou uma chacoalhada no pote onde guardamos a ração e ele logo aparece correndo escada a baixo com os olhos meio inchados pelo sono.
Coloco a comida e acaricio suas costas que ele estica se espreguiçando.
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Posion
Fanfiction"Ele dizia olhando para o cara de cabelos pretos, olhos amarelos e penetrantes, porte alto e sorridente. Arqueio uma sobrancelha. Quem fica feliz dedicando a vida para estudar química? - Bonitão. - Yaku sussurra. - Hm. - Murmuro indiferente. - Acho...