Posion - 3

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No dia seguinte, eu e os meninos estávamos conversando na sala. Era uma aula vaga, já que o professor de geografia faltou. Eu estava sentando na mesa, com a cabeça solta para fora da janela que dava para o corredor, balançando meus pés soltos enquanto jogava Mario no meu PSP.

— Kenma, eu e Lev temos um amistoso hoje, com um time muito muito difícil. — Yaku começa.

Sei que ele quer alguma coisa só pelo jeito de falar e pelos gestos. Ele mexia na barra da camiseta e olhava para os lados tentando disfarçar.

Sinceramente ele já foi melhor nisso. Ou eu melhorei em perceber as coisas.

— E conversamos com os caras do time de ir em um barzinho depois.

— Hm... — Eu olhava meu jogo distraído.

— E somos todos menor de idade. — Lev completa. Eu arqueio uma sobrancelha largando meu PSP já sabendo onde querem chegar. Sou o único que já fez 18 anos (fiz em janeiro).

— Então se ganharmos com uma diferença de três pontos, você vai. — Yaku termina já afirmando que eu vou.

Cruzo os braços.

— Não. — Digo simplesmente.

— Por favor, Kenma! — Yaku junta as mãos.

— Não vou só para comprar bebida para vocês. Tenho coisas melhores para fazer.

— Mas você não vai comprar. Você só vai mostrar seu RG. Nós vamos comprar tudo. Até as suas. — Lev diz. Tombo a cabeça para o lado, não convencido. Eu nem bebo direto. Da última vez que bebi não lembro de nada, só do que me contaram e o que me contaram não foi nada legal.

— A comida também? — Pergunto.

— A comida também. — Ambos falam juntos.

Ok. Agora estão falando a minha língua.

— Bom, na verdade, você não tem muita opção. — Yaku conclui a olhando as unhas.

— Por que?

— Porque já falamos que você iria. Estão todos animados e contando com você.

Eu cerro os olhos.

— Vou matar vocês.

— Não me inclui nessa, quem disse que — Yaku faz uma voz mais fina — "você com certeza iria" foi o Lev.

Eu olho para o loiro imaginando decapitar aquela cabeçona.

— Ei! Você concordou! E minha voz não é fina assim, seu pau no cu. — Ele olha acusatório para Yaku e então entram em mais uma de suas discussões irrelevantes.

Apesar de que essa talvez fosse mais relevante porque me envolve porém, não tenho tempo de prestar atenção porque, sinto alguém cutucar meu ombro do outro lado da janela.

Olho para trás e vejo Kuroo sorrindo.

— Vai aparecer na aula hoje? — Ele me pergunta.

— Vou... — Digo meio cabisbaixo.

— Que felicidade para ir me ver, Kozume. — Dá um sorriso de canto irônico

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