Posion

Posion - 13

É um domingo e eu estava sem fazer nada com a minha mãe no sofá. Estávamos naqueles momentos gostosos de mãe e filho, mesmo sem ninguém precisar falar nada, o clima era aconchegante.

Assistíamos um filme qualquer da Disney, até que ela pergunta:

— Sabe quantos anos Kuroo tem?

Olho para ela percebendo que realmente nunca perguntei a idade dele. Mas não acho que seja tão mais velho, afinal, ele está no último ano da faculdade.

— ...Como assim? — Eu pergunto e ela da de ombros.

— Gosto de saber de tudo sobre as pessoas que meu filho se relaciona.

— Quem disse que eu me relaciono com ele? — Pergunto na defensiva e ela me olha surpresa mas com sarcasmo. Uma cara como "peguei você...".

— Não é amigo dele? Isso é um tipo de relação.

— Ah. Sim. — Pigarreio e me permito derreter no sofá, me escondendo nos cobertores.

Quando estico o braço acabo tocando no meu celular. Bom, não custa nada perguntar, né?

Eu:
-Kuroo
-quantos anos vc tem?

Assim que vejo os dois traços de "enviado" desligo o celular rapidamente. Uns 10 minutos depois ele responde.

Kuroo:
-Faço 24 anos em novembro
-pq a curiosidade gatinho?

Eu:
-nada não

Depois desligo o celular e digo para minha mãe:

— Ele tem 23.

Noto pela visão da periférica ela olhar para mim e sorrir.

*

Na segunda-feira, eu e Kuroo não parávamos de nos olhar durante as aulas, sério. Era vergonhoso, mas, ao mesmo tempo, gostei.

Durante o recreio ele veio falar comigo, me lembrando que tenho que comer. Depois que ele saiu, a primeira coisa que fiz foi tirar uma foto da embalagem do pão vazia e mandar pra minha mãe, escrevendo a baixo: ele cuidou de mim.

Ah. E Kuroo me chamou para o baile da escola.

Fiquei surpreso. Foi do nada. Estou receoso de ele sair prejudicado, mas disse que não se importa, por isso aceitei.

Então, uma semana se passou. Depois mais uma, e mais uma. Cada vez mais perto do baile. Cada vez mais pessoas desesperadas para conseguir seu par. A maioria pelo menos...

— Quem vai chamar para o baile, Yaku? — Questiono e ele da de ombros.

Estávamos em um período de aula livre já que o professor faltou e não veio ninguém nos dar tarefas.

— Não tem ninguém que eu queira chamar. — Yaku afirma.

— Ah, não?

— Não. Mas se alguém me chamar talvez eu aceite. — Ele fala e depois toma um longo gole da sua água.

— Hm... Quem?

— Qualquer pessoa. — Ele afirma e depois vem com outra pergunta, não me dando abertura para falar mais nada sobre ele. — E você? Vai com quem?

— Kuroo. — Falo em um tom quase inaudível.

— Quem? — Yaku chega mais perto já que não ouve e eu repito no mesmo tom. — Não brinca! — Ele se afasta chocado e eu tapo sua boca olhando em volta.