Posion - 7

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Algumas semanas se passaram desde aquele momento esquisitíssimo do banheiro e as provas começaram a se aproximar. A primeira é química. Meu terror.

Quando eu tinha sete dias para estudar, enrolei. Mas agora, na sexta, tenho apenas 2 dias. Não três porque domingo não é dia de estudar. E para o meu azar, passei todo esse tempo evitando Kuroo.

Podem me chamar de dramático e exagerado mas eu não conseguia olhar para o rosto dele. Não conseguia chegar perto dele. Ficava nervoso. Meu coração batia tão forte que parecia que iria pular na garganta. Parecia que eu poderia ter uma crise a qualquer instante.

E eu odiei isso.

Odiei sentir tudo isso. Odiei sentir tanto de uma só vez. Isso me deixa irritado e acabo descontando em quem não preciso. E para me distrair, comecei a fazer lives com mais frequência.

Nas aulas a tarde, antes eu ficava do lado de Kuroo, mas, agora tento ficar sempre sentando na cadeira da frente. Às vezes ele insistia para eu me acomodar do seu lado, para ficar mais fácil de eu entender o que ele fazia. Mas seu cheiro era muito forte.

Tão tão doce.

Contudo, hoje preciso deixar meu orgulho de lado. Preciso prestar atenção e tentar fazer alguma coisa. Não posso ir mal nessa prova. Não posso decepcionar a minha mãe.

No início da última aula, pedi para Kuroo me esperar quando acabasse. Disse que precisava falar com ele. Kuroo pareceu surpreso mas assentiu e, no fim da aula, esperou todos sairem e veio falar comigo.

— Do que precisa? — Ele se aproxima, se sentando na mesa de Yaku. Que era em frente a minha.

Eu automaticamente olho para frente, para cima, para baixo. Qualquer lugar menos Kuroo.

— Bom... queria saber se poderíamos começar a estudar mais cedo hoje. Porque tem prova na segunda e não me sinto preparado.

— Mais cedo não consigo, hoje tem um horário antes do seu. Mas, você se importa em esperar? Assim podemos estudar mais tarde. Termino de atender o último aluno às cinco horas. Poderíamos estudar até a biblioteca fechar, o que acha? — Sentia ele analisando meu perfil. Nem pensei muito no que dizer, então apenas concordei.

— Pode ser.

Depois do almoço fui a biblioteca. Estudamos. Consegui me concentrar e entendi algumas coisas. Mas eu odeio fazer cálculos de massa molar. E sei que esse é o conteúdo que mais vou ter que estudar. Me dá até enjoo.

Quando saio da biblioteca aviso para minha mãe que iria ficar até mais tarde da escola e ela apenas manda um emoji com o polegar para cima.

Sei que Yaku e Lev ficarão a tarde toda aqui por causa do vôlei, então vou direto para a quadra. Assim que entro percebo que eles estão no intervalo.

Yaku e Lev param de beber água da garrafinha e olham para mim ao mesmo tempo.

— Kenma! — Lev grita animado acenando. Yaku sorri ao seu lado. — Eu disse para você que ele cederia uma hora.

Lev fala nada discreto e eu reviro os olhos subindo para a arquibancada.

— Ei, onde está indo?! — O platinado me pergunta.

— Vim ver vocês jogarem, Lev. Não vim jogar.

— Bom, mas hoje é seu dia de sorte. — Yaku fala. — Nosso levantador não veio. Está doente ou algo do tipo.

— E o reserva? Acredito que ele queira jogar.

— Ele está jogando desde às uma e meia. E agora são quatro horas.

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