Depois de muito Lev e Yaku insistirem (e me comprarem com um jogo novo que, inclusive, já estava instalado no meu PC e obviamente me oferecerem carona) estava me arrumando para a "festa do momento" de Akiko. Ela tinha me convidado no dia em que eu apaguei as coisas do notebook de Suguru — que até agora não disse nada. Quando ela me enviou a mensagem nem ousei abrir. Não estava na minha cabeça nem a possibilidade de pensar em ir para um lugar tumultuado, cheio de adolescentes sem controle de... de nada. Mas, então ela mandou:
"E me disseram que tem o número de Kuroo, poderia me passar para eu poder chamar ele também?"
No susto abri a mensagem. Mordi tão forte meu braço que ficou a marca dos meus dentes. Não podia negar, porque, se eu negasse, teria que ter uma explicação. Poderia ter dito que não tinha o número dele mas, na hora não cheguei a pensar nisso. E mentira tem perna curta. E, o que tem de mais se eu passar? Quero dizer, na minha cabeça eu não iria para essa merda de festa, então passei. Mas, agora eu vou, e realmente espero que ele não vá.
E por que? Porque em festas assim sempre bebo para me divertir pelo menos um pouco (me fazem beber), e só Yaku e Lev sabem as besteiras que faço quando bebo.
Termino tudo borrifando um pouco de perfume na nuca e vou indo para a sala lentamente porque escutei uma buzina na frente de casa.
— Quem é mãe?! — Pergunto desanimado.
— Seus amigos, vem logo.
— Estou aqui. Tchau, mãe. — Eu me despeço dela e saio.
Dentro do carro, nós três — eu, Yaku e Lev — estávamos no banco de trás, enquanto o pai de Yaku dirigia o carro, puxando assunto. Todos nós ficamos tão entretidos em uma conversa sobre como algumas palavras ditas errado tem muito mais coerência, que nem notamos quando chegamos.
Quando o carro sai, eu tomo a deixa de virar e ver a enorme mansão branca e moderna de Akiko, que tinha até mesmo alguns raios de luz roxa saindo para fora, atingindo a rua, sem contar a música que, quando pisei para dentro do portão (que foi aberto por um segurança, eu acho), tremeu toda minha cabeça e meu coração começou a saltar no ritmo da batida.
Até eu que não gosto de festa consigo dizer que essa vai ser a festa mais falada por uns bons meses.
— Nossa. — Lev reverbera impressionado, com os olhos esmeralda brilhando.
— É... nossa! — Yaku o acompanha animado. — O que estamos esperando, vamos entrar. — Ele fala tomando a frente, Lev vai em seguida e eu fico por último.
Lá dentro estava cheio. Não consigo nem identificar o cômodo, mas acredito que seja uma cozinha porque percebo um balcão onde tinha alguns copos espalhado, algumas pessoas sentadas aleatoriamente e, bem no canto perto da geladeira, um casal se pegando. Faço uma cara de nojo e continuo meu caminho. Quando começamos a encontrar nossos amigos do vôlei, ficamos mais confortáveis.
O tempo foi passando e, com os incentivos certos, comecei a beber. Comecei com um copo de drink de morango com vodca, e depois mais outro e mais outro. Acho que foi aí que as coisas começaram a desandar e tudo piorou quando Kuroo chegou.
Estava apenas eu e Lev (Yaku foi no banheiro) quando o platinado fala:
— Kenma, não olha agora.
Eu obviamente eu olho, mas, preferia não ter feito. Quando vejo Kuroo tenho certeza que minhas pupilas quase sumiram de raiva — fico muito intenso quando bebo. Ele estava sendo muito bem recebido, por muitas meninas lindas e bem arrumadas com seus vestidos justos e curtos com muito brilho.
Ranjo os dentes.
O que era aquele sentimento esquisito?
Me desencosto da parede dizendo:
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Posion
Fanfiction"Ele dizia olhando para o cara de cabelos pretos, olhos amarelos e penetrantes, porte alto e sorridente. Arqueio uma sobrancelha. Quem fica feliz dedicando a vida para estudar química? - Bonitão. - Yaku sussurra. - Hm. - Murmuro indiferente. - Acho...