Posion - 9

1.6K 193 97
                                    

Quando subimos, Kuroo olhava todo o meu quarto, porém, o que mais chama a sua atenção, é meu PC.

— Você realmente é viciado em jogos.

— Sim. — Respondo pegando um lençol, e cobertor no meu armário.

Eu arrumo um colchão no chão do meu quarto.

Parece sacanagem, afinal, eu tenho uma cama de casal, mas, sinceramente, acho que pioraria tudo se dormíssemos na mesma cama. Já que... nós meio que quase nos... beijamos?

Deixo esse pensamento de lado antes que ficasse vermelho, chacoalhando a cabeça.

Empresto uma das minhas maiores blusas e calça para ele, tomamos banho (separados, logicamente) e fomos dormir. No dia seguinte acordo com um cheiro de café e torrada. Pela primeira vez sinto vontade de comer no café da manhã.

Ao me sentar na cama, olho para o lado e não encontro Kuroo. Porém, levemente atordoado por ter acabado de acordar, meu raciocínio lento não me permite pensar então eu faço tudo no automático.

Levanto, troco de roupa, escovo os dentes, lavo o rosto, prendo o cabelo, pego a mochila e desço.

Quando chego na cozinha vejo Kuroo colocando um prato com o que acredito ser panquecas.

— O que é tudo isso? — Pergunto colocando a mochila no chão. Depois me aproximo da mesa.

— Bom dia pra você também. É café da manhã. — Ele diz bem humorado. — Também já coloquei ração para o Banguela. — Ele admite e eu olho o gato se esfregando na perna dele. Kuroo aproveita e lhe faz um carinho no topo da cabeça.

Gato pidão.

— Como consegue acordar feliz? — Questiono emburrado, me jogando na cadeira. — Nossa, que fome.

— Bom, se não estou na minha casa estou feliz. — Ele fala como se fosse a coisa mais normal do mundo.

O analiso por alguns segundos. Ele se senta à minha frente enquanto coloca mel nas panquecas (nem sabia que a gente tinha mel). Sua expressão era serena, mas dava para ver que estava nervoso. Sua perna não parava quieta. Depois volto os olhos para o meu prato.

— Por que fez isso? — Pergunto.

— Porque ontem você me mostrou a sua especialidade. Hoje é minha vez.

— Fez isso só para humilhar meu simples miojo. — Digo brincando, comendo um pedaço da panqueca.

— O que posso dizer? Um bom químico tem que ser um bom cozinheiro. Porque cozinhar é pura química. — Ele fala e logo me vem à imagem do professor velho de química na minha cabeça. E não sei porque mas, por algum motivo, ele estava sem camisa com um calção.

— Não imagino o professor da química cozinhando. — Faço uma careta e Kuroo me acompanha. Parece que ele pensou a mesma coisa que eu.

— Verdade.

Depois disso começamos a comer. Alguns minutos confortáveis se passaram enquanto eu devorava a panqueca. Só não peço a receita porque não confio na minha capacidade de preparar.

Quando nós levantamos, pergunto:

— Você vai para a escola hoje?

— Não, também não vou de tarde. Já avisei para o professor. — Ele responde e isso me deixa desanimado. — Mas posso te acompanhar para a escola. Você quer?

— Ah, eu não me importo se você quiser vir. — Eu respondo sem saber direito o que dizer. Kuroo pisca algumas vezes e depois reforça a pergunta:

— Mas você quer que eu te acompanhe?

PosionOnde histórias criam vida. Descubra agora