O dia passa rápido e a noite logo chega. Fiquei o dia estudando e recuperando os dias perdidos. Não posso correr o risco de ficar de recuperação no meu último ano. O Halloween está chegando e isso significa que o fim do terceiro ano também — geralmente, as aulas dos pré-universitários terminam meses antes por causa do vestibular.
Ah! Quase me esqueço de mencionar que Daisho sumiu. Tipo, sumiu mesmo. Não está mais na escola e ninguém sabe dele.
Tomara que tenha morrido.
São sete horas da noite quando minha barriga começa a roncar tão alto que fico com medo, por isso decido comer alguma coisa. Assim que piso na cozinha a campainha toca. Estranho o fato porque não estou esperando ninguém e minha mãe só vem daqui algumas semanas. Para me precaver olho primeiro pela janela e lamento por não enxergar nada.
— Banguela, se for alguém desconhecido, você pode matar. — Digo para o meu gato, que estava deitado atrás de mim no chão gelado.
Ao abrir a porta quase não reconheço Kuroo.
Parece que correu uma maratona e que venceu. Venceu porque seus olhos brilhavam.
— Kuroo? Tá tudo b-
Antes que eu terminasse de falar ele me ataca com um beijo, tirando meus pés do chão me envolvendo os seus braços e gira. Depois que me coloca no chão fico estático com a boca entreaberta.
— Comprei uma casa.
— Você o que..? Como assim? Está passando bem?
— Quer dizer, não comprei ainda não tenho dinheiro para isso, e não é uma casa como a sua, mas, aluguei um apartamento. Pequeno mas, meu.
— E porque isso? Tão de repente assim... — Pergunto e seu sorriso diminui um pouco e começo a ligar os pontinhos. — Falou para os seus pais? Falou para eles sobre nós? — Questiono com cuidado e ele assente lentamente. — E... está tudo bem?
— Nunca estive tão bem. — Ele me olha com mil estrelas refletindo na pupila dilatada. Por isso não consigo deixar de sorrir. — E eu queria te... chamar para ir morar comigo.
Meu sorriso some em surpresa e meus olhos ficam tão abertos que até sinto eles arderem.
— Como? Certeza que não bebeu? — Me aproximo dele e coloco uma mão em sua testa. Às vezes febre alta faz a pessoa ter alucinações.
— Repentino demais? — Ele pergunta me deixando levá-lo até o sofá.
— Sim, quero dizer... nem tivemos um encontro apropriado ainda.
— Fomos ao cinema. — Ele me olha confuso.
— É mas, quero dizer... depois de tudo. Não quero que tome uma decisão por impulso só por pensar que precisa de mim agora. Vamos com... calma.
— Eu não preciso de você, Kenma. — Ele fala sério, me olhando. — Eu quero você. Eu escolho ficar com você. E isso não é porque eu preciso, isso é porque eu te amo.
Eu olho para ele querendo me jogar em seus braços mas, não sou muito disso, sou mais das brincadeiras sem graça em momentos errados, então:
— Uau, você acabou de se declarar para mim. Que brega. — Sorrio de canto.
— E você adorou. — Ele fala chegando mais perto.
— E por que tem tanta certeza?
— Bom, porque sua pupila dilatou e você ficou vermelho. — Ele fala se aproximando.
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Posion
Fanfiction"Ele dizia olhando para o cara de cabelos pretos, olhos amarelos e penetrantes, porte alto e sorridente. Arqueio uma sobrancelha. Quem fica feliz dedicando a vida para estudar química? - Bonitão. - Yaku sussurra. - Hm. - Murmuro indiferente. - Acho...