Posion - 12

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POV Kuroo

Acabo de sair da casa de Kenma e não conseguia tirar o sorriso do rosto. Meu coração não diminuía o ritmo. Lembro do sorriso. Do cheiro. Do toque. Do beijo.

Entretanto, quanto mais perto de casa eu chegava, mais aflito eu ficava. Paro em um sinaleiro que sei que demora para abrir e pego o celular, jogado no banco do lado, e vejo 3 notificações:

Mãe
-Oi filho
-Tudo certo no seu encontro com a Misha?
-Trás ela aqui para casa hoje, fiz chocolate quente

Mordo forte minha boca até sentir o gosto do sangue e desligo o celular, mudando minha rota. Depois de uns 5 minutos chego na frente de um apartamento grande e moderno.

Toco o interfone e falo com o porteiro.

— Oi, senhor Ito. É o Kuroo, vim buscar a Misha.

— Oi, Kuroo. — O velho fala com a voz trêmula e rouca de tanto fumar, piorando um pouco pelo microfone do interfone. — Vou chamá-la.

Um tempo depois Misha aparece. Ela tem mais ou menos a altura de Kenma, um pouco mais baixa, cabelos longos e loiros, combinando com os olhos azuis escuros. Ela é magra com curvas bem acentuadas, certamente seria a namorada perfeita do ponto de vista rígido da minha mãe.

Por isso pedi a ajuda dela.

— Oi, Kuroo. O que tá fazendo aqui?

— Falei para minha que estávamos no cinema e agora ela te chamou para ir lá pra casa. Consegue?

Ela cruza os braços e faz uma careta.

— Sério? Até quando vai mentir pra eles?

— Até eu ter dinheiro o suficiente pra sair de casa. Mais 4 meses, lembra? Quebra essa pra mim. — Peço juntando as mãos e ela revira os olhos.

— Tudo bem. Mas depois me trás pra casa. Sabe que não gosto de deixar o Toddy sozinho.

Ela fala se referindo ao cachorrinho que ela tem.

— Combinado.

Eu vou na frente e abro a porta do carro para ela, fazendo graça e ela sorri um pouco. Vou ao banco de motorista e assim que entro ela pergunta:

— Estava com Kenma?

— Claro.

— Sexta e sábado, em. Parece que está ficando sério. — Ela me dá um peteleco no ombro e eu sorrio.

— Não sei. Espero que sim. — Logo, meu sorriso some. — Se ele descobrir sobre "nós" vai ficar chateado. Não gosta de mentiras.

— Você não está mentindo. Ela nunca perguntou nada, você nunca negou nada. Está apenas... omitindo uma informação.

— É... pode ser.

Depois disso ficamos em silêncio. Penso na possibilidade de contar para ele, mas não posso arriscar que isso chegue nos meus pais. Confio em Kenma, mas quanto menos pessoas souberem, melhor. E também, ele entenderia a situação depois de tudo, tenho certeza.

Chego em casa e entro com Misha logo à frente. Minha mãe esperava na sala.

— Oi, Misha minha noronha preferida! A única né? — Ela brinca rindo e eu solto uma risada sem humor.

— Eu espero que sim. — Ela entra na brincadeira cumprimentando minha mãe com um abraço.

— Venham, fiz chocolate quente para vocês. — Ela diz. — Vai dormir aqui hoje?

— Não posso, sogrinha. Tenho que estudar para uma prova importante da faculdade ainda hoje. Kuroo vai me levar para casa depois. Né, príncipe?

— Claro. — Sorrio entrando no disfarce de sempre, me aproximando de Misha e segurando sua cintura.

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