Capítulo 14 | O dia em que fiz a prefeita quase enfartar!

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Ainda lembro como se fosse ontem, como se estivesse queimando em minha pele e se apoderando dos meus ossos. A sensação de estar na frente de todas aquelas pessoas importantes parecia tão esmagadora, mas ao mesmo tempo me frustava. Eu sabia bem que aquele dia, o aniversário da cidade, era um evento muito importante para todos do alto calão, mas acima disso, os brutamontes da cidade baixa vinham para comemorar juntamente com a perfeitinha filha da prefeita.

Ela já foi uma estudante de GreenDale, mas por um infortúnio ela mexeu com as pessoas erradas e a sua mãe, a prefeita, a mudou de colégio. A prefeita deixou a desculpa de que o outro lado precisava de um exemplo e Samantha seria o exemplo ideal. Não sei como ela aguentou, já que diziam que lá do outro lado viviam os bárbaros da cidade, pessoas sem um pingo de educação.

ㅡ Ai vadias, vamos detonar aqueles selvagens! ㅡ e como sempre a Britney se fazendo de capitã, mesmo sabendo que esse cargo era meu.

Todas as garotas cobertas de vermelho e branco, seus cabelos amarrados em um rabo de cavalo perfeito, com um sorriso no rosto. Antes eu podia achar um máximo, mas se eu visse isso hoje em dia, eu poderia vomitar só de olhar. Elas pareciam estar muito felizes com o fato da competitividade e que finalmente enfrentariam os "selvagens", como elas chamavam.

ㅡ Mudança de planos. ㅡ falei para que todas me olhassem. ㅡ Não acho que eles precisem de boas garotas agora, precisamos mostrar nossas garras para eles e é isso que vamos fazer.

ㅡ Mas, Claire... O combinado foi...

ㅡ Britney, eu decido o que é melhor para nós e sim, nós vamos fazer a abertura do Rose! ㅡ assim que eu falei, vi o sorriso delas crescendo cada vez mais.

ㅡ Claire! Não podemos fazer isso, não hoje! Não vamos fazer isso meninas!

ㅡ Britney, se você questionar minha autoridade mais uma vez, você sabe o que vai acontecer, não é?

Os olhares ansiosos ao nosso redor esperavam por uma briga que eu não ia dar, eu não poderia dar esse gostinho para essa garota. Dei todas as chaves e o planejamento para que nossa apresentação fosse completamente perfeita, e não me arrependi do que fiz.

Lembro bem que o dia da cidade começa com a banda tocando, junto com as animadoras fazendo o que fazem de melhor. Havia tanta gente que eu meio que fiquei nervosa, meu corpo gritava por adrenalina. Logo o jogo começou entre a elite e a prole, eu não me sentia maior que eles, mas muitos aqui nem se fala, os olhares esnobes já diziam tudo.

Os gritos, a euforia, todas aquelas sensações estão cravadas em minha pele, aquele jogo foi intenso de uma forma avassaladora. Quem poderia imaginar que os selvagens teriam tanta garra assim? A elite havia perdido de forma horrenda e eu não poderia estar mais feliz, eles precisavam dar uma amassada no nosso ego e o fizeram na tora.

Olhares cabisbaixos, incrédulos por perderem para pessoas tão vis, mas nada apagava o meu sorriso do rosto. No final da competição, todos se dirigiam para fora do campo, onde há um mini palanque montado com a prefeita dando o seu discurso repetitivo. Enquanto todos os velhos veem toda aquela baboseira, os jovens ficam no estacionamento zoando e brigando, uma vibe totalmente caótica.

Ainda me recordo claramente como os vencedores estavam sentados em seus automóveis com uma pose de inabaláveis, seus sorrisos debochados e suas garotas atrevidas como sempre. A elite engolia todo aquele sarcasmo com muita dificuldade, eles estavam do outro lado em seus conversíveis se segurando ao máximo para que não voassem em alguns pescoços.

Nós chegamos na área bem no momento em que está rolando a competição de dança, alguns meninos estavam encrencando de forma saudável. O estacionamento não é muito longe do palanque, por isso a prefeita tinha a visão perfeita de todos e ela nos observava, querendo ver se iria rolar alguma briga, ou não.

Anonymous『Em revisão』Onde histórias criam vida. Descubra agora