Epílogo

87 21 6
                                    


Naquela noite, todos fomos para a casa de Kurt, um local grande e bonito que fiquei até com dó por ele ter que deixar, mas não parecia se importar. Os rapazes que estavam soltos há muito tempo sabiam mais sobre o novo mundo do que Killian, então estudaram com cuidado o novo lar e escolheram uma cidade do outro lado do país, não muito grande, nem muito pequena. Ideal para seus negócios e recomeço.

No dia seguinte, despedi-me da Sra. Mevis com muito choro e coloquei em palavras tudo que ela sempre significou para mim. Ela também não conseguiu se conter, não queria que eu fosse embora, mas ficou muito feliz por eu estar levando minha mãe para um centro de reabilitação. Esperava um dia poder voltar para visitá-la. Quando estávamos terminando de arrumar tudo na casa de Kurt para ir embora, fui ao quarto da minha mãe e vi que ela estava em chamada com alguém. Meu coração se partiu achando que ela estava me traindo, mas, na verdade, só quis explicar para o Chon.

Eu não queria te deixar, mas não podia deixá-la ir embora sem eu tentar consertar os erros de uma vida toda.

O que eu vou falar para todo mundo?

Que você não sabe de nada, você realmente não sabe.

E se eles quiserem ir atrás de vocês?

Você cuidou da Jade do seu jeito e de mim. Mas nunca realmente nos ajudou. Não estou reclamando, você já falou de eu ir para uma clínica, eu quem nunca aceitei. Mas você nunca lutou por nós.

Essa é a minha vida.

E era a nossa, mas não será mais. Então, se já sentiu alguma coisa por nós, faça-os esquecer que existimos e os convença de que não falaremos com ninguém, pois não vamos mesmo.

Farei o possível. Espero que fique bem, Lenna.

Estou com medo, Chon, os ataques estão vindo, eu não sei quanto tempo mais vou conseguir ficar sem as drogas antes de...

Você tem que conseguir.

Preciso desligar.

Adeus, Lenna.

Adeus, Chon.

Pigarreei e entrei no quarto, com a alma leve.

— Já estamos indo...

— Já estou pronta — ela falou e deu um minúsculo sorriso.

Eu fiz o mesmo. Ajudei-a com a sacola e fomos para o carro. Ela no banco de trás, eu no carona e Killian ao volante.

— Ah, você sabe dirigir é? Como? — perguntei confusa, tentando me lembrar de quando os carros foram inventados.

— Não, mas eu aprendo rápido.

— Eu acho que prefiro ir no carro do Kurt. É sério.

Ele riu.

— Eu já testei hoje de manhã, minha coordenação motora é boa, reflexos melhores ainda e já decorei tudo que tenho que fazer, e pronto. Não tem segredo.

— Nós vamos morrer.

Minha mãe estava inquieta no banco de trás, querendo se meter, mas tentando se conter. Antes que eu pudesse contestar mais, ele saiu com o carro e, para minha surpresa, ou nem tanta, ele dirigiu muito bem. Seguia Kurt e fazia tudo que ele fazia, mas por isso passou em três sinais vermelhos. Na vez de Kurt, ele tinha passado em amarelos. Mas tudo bem...

Cerca de duas horas antes da cidade que iríamos morar, paramos para deixar minha mãe na clínica. Era uma linda fazenda que trazia muita paz.

— Virei te visitar sempre. Prometo — falei antes que a levassem.

O Monstro do Amor - Série Homens da Sombra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora