"Grandes realizações são possíveis quando se dá importância aos pequenos começos."
— autoria desconhecidaSe alguém me questionasse sobre qual época da minha vida tinha sido mais conturbada, eu não teria dificuldades em responder. A resposta seria clara, direta e rápida. Seria agora. Era como somar dois mais dois. O resultado óbvio não precisava de esforço para ser dado e definitivamente, trazendo para minha questão, eu não precisava me esforçar para dizer que estava vivendo a fase mais difícil da minha vida.
Recapitulando...
Há poucos meses atrás, antes de ser jogada sem para-quedas nesse mundo maluco de Jasper e sua família mafiosa, eu estava desempregada, sem dinheiro, sem a mínima perspectiva de um futuro brilhante, mas tinha algo que nem todo dinheiro do mundo pode dar. Paz. Ok. Nem tanta paz assim, mas pelo menos eu conseguia colocar a cabeça no travesseiro tranquila sabendo que acordaria viva e livre da ameaça de acordar com alguém apontando uma arma na minha cabeça querendo me matar. Além da minha própria segurança e do meu filho, eu também sabia que John e tia Zelda também estavam em paz. Eu considerava os dois como parte da minha família, e sabia que o sentimento era mútuo. Só que agora, meses após essa conturbada descoberta de estar grávida de Jasper e ser "obrigada" a gerar um filho para ele, eu durmia agarrada com a preocupação de que no dia seguinte eu poderia estar morta e também estava ciente de que aqueles que eram próximos de mim corriam perigo.
Eram apenas alguns meses vivendo naquela nova realidade, mas pareciam séculos. Quem olhasse de fora e ouvisse a história, talvez achasse que era uma tarefa simples. Vejamos só. "Ah, nove meses passam rapidinho. E você ainda vai lucrar com essa ideia maluca." Mas, as coisas não funcionavam assim na minha cabeça. Sendo sincera, parecia que eu estava carregando o peso do mundo todo nos ombros. Além de viver preocupada com a minha segurança, agora eu estava temendo por John e tia Zelda. Há exatamente três dias atrás, eles haviam sido atacados no próprio apartamento. O mandatário de tal ataque era ninguém mais, ninguém que o filho da puta do Vicent. Jasper pensava diferente, ele acreditava que poderia ter sido Vicent como tambem qualquer outro inimigo seu. Mas, eu estava convicta do que eu achava. Tinha sido ele. Sem sombras de dúvidas. Atacar John e a mãe dele tinha sido uma forma de Vicent mandar um recado. Ele estava deixando claro que se eu não cedesse aos seus caprichos, uma guerra seria iniciada. Por uma feliz sorte, tia Zelda não estava em casa no momento do ataque, se não, a coitada tinha sido espancada sem dor nem piedade, assim como o filho dela. John fora parar no hospital e ficou dois dias em observação.
Dois dias. E eu só ficara sabendo agora.
Eu estava com medo, não adiantava negar. Bastante medo. Porque a partir daquele ato, ficou evidente que Vicent passaria por cima das pessoas próximas e amadas por mim e que não tinham nada a ver nessa história. Ele as envolveram sem nenhum deles merecer. Só que além do medo, eu também estava possessa de raiva. Muita raiva. Puro ódio. Vicent poderia ter um batalhão ao seu dispor, mas ele veria quem era eu de verdade. Porque se o desejo de Jasper era me transformar na esposa de um mafioso, no caso ele mesmo, eu iria usar todos os benefícios desse cargo ao meu favor. Mesmo que eu tivesse que estrangular Vicent com as próprias mãos, ele pagaria caro por ter machucado meu melhor amigo. Ele não tinha esse direito.
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A Chama Que Nos Atrai
ChickLitCattleya Prince não se considera uma sábia dos tempos modernos, mas apanhou muito da vida até aprender que homem e amor são termos que nunca poderão coexistir na mesma frase em bom tom. Cética, mal sabe ela que o destino já lançou as cartas do seu...