Capítulo 14

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"Minha igreja não oferece absolvições
Ela me diz: Louve entre quatro paredes
O único paraíso para onde serei enviado. Vai ser quando eu estiver sozinho com você."
Hozier — Take Me Church

                     Estava andando de um lado para o outro da minha sala e o impulso de passar a mão sobre o cabelo foi irrefreável

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                     Estava andando de um lado para o outro da minha sala e o impulso de passar a mão sobre o cabelo foi irrefreável. As duas mãos, um claro sinal de exasperação e irritação. Meu habitual autocontrole havia ido para os ares quando recebi um telefonema de Jordani na noite anterior.

— Não consigo entender como alguém consegue ser tão teimosa. O que passa na cabeça daquela mulher?

Meu sangue fervia. Eu sentia como se minha cabeça estivesse prestes a estourar de tanta raiva.

Do outro lado da sala, sentada na cadeira em frente a minha mesa, uma Ariel calada finalmente resolveu abrir a boca.

— Não jogue toda a culpa nela, Jasper. A garota não fazia ideia que isso poderia acontecer. Ela não tem culpa.

Olhei para ela. Ariel tinha uma expressão preocupada e torcia as mãos uma na outra em evidente estado de ansiedade.

— Não venha dar uma advogada para o meu lado Ariel. Nós dois sabemos que ela foi estúpida desobedecendo minhas ordens. Porra! Eu disse para ela não sair da vista dos nossos seguranças. E o que ela fez? Foi dar um passeio com a família e quase foi-se pra casa do caralho.

Bati com os punhos na janela e fechei os olhos com força. Dei uma respirada profunda, buscando calma para os meus nervos, eu precisava me controlar. Não podia perder a linha da razão, não podia deixar que uma garota me levasse a loucura, não agora que meu plano estava indo de vento em poupa.

— Você já sabe quem foram os culpados? — a voz de Ariel chegou aos meus ouvidos e eu abri os olhos, virando-me para poder encara-la.

— Não. Ainda não sei, Jordani está trabalhando nisso. Mas, acredito que seja a gente com quem Cattleya se envolveu no passado. Pelo histórico que Jordani levantou da vida dela, a garota se envolveu com pessoas muito perigosas. É uma sorte ainda estar viva.

Ariel mordeu os lábios parecendo ansiosa, uma linha de preocupação instalada em sua expressão. O infeliz acontecimento se sucedera ontem, domingo, durante a noite quando Cattleya achou por bem que seria muito propício ir passear no centro da cidade, fazendo questão de despachar os serviços dos meus seguranças, porque segundo ela era um passeio de família. Por sorte posso confiar em Jordani que seguiu de longe os passos da garota e conseguiu salvar, não somente ela, mas como todos os outros das mãos de um bando de sanguinários mafiosos.

— Eles não pertencem a Ordem, pertence? — Ariel perguntou, me trazendo de volta dos meus pensamentos. — Porque se sim, você tem como resolver esse problema com diplomacia.

Seria fácil se tudo fosse como queremos, mas aquele não era o caso. Não depois do que eu descobrira.

— Não. Eles não são associados da Ordem. Jordani descobriu que são um grupo rebelde que vive às suas próprias regras em Chicargo.— respondi, as palavras saindo irritadiças. Ariel ficou quieta, absorvendo a informação. — Por isso mesmo é perigoso para ela sair por aí sem segurança. Essas pessoas não costumam brincar de serem maus. Você sabe bem disso.

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