Cattleya Prince não se considera uma sábia dos tempos modernos, mas apanhou muito da vida até aprender que homem e amor são termos que nunca poderão coexistir na mesma frase em bom tom.
Cética, mal sabe ela que o destino já lançou as cartas do seu...
"E os dois comeram juntos e também brigaram juntos muitas vezes depois. E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa, que nem feijão com arroz." Autor — (Renato Russo)
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Cattleya acordou cedo, duas manhãs seguintes, a que se sucedera a festa de noivado com Jasper, sentindo uma tensão recair sobre seus ombros e um incomodo sentimento de traição corroer suas entranhas. Não seria um dia comum, ela tinha certeza. Até porque hoje Ariel a levaria para fazer prova do vestido que usaria na cerimônia de casamento e porque também não estava falando com Jasper. Tinha o ignorado o homem a todo custo. E mesmo quando ele entrou em seu quarto pela janela, ela não deu atenção ao que ele disse a ela. Sim, Jasper Dawntony tinha pulado a janela do seu quarto para tentar de desculpar e fazer as pazes. Se não tivesse tão chateada, ela teria rido quando ele quase caiu de cara no chão. Tudo bem, a garota sabia que não tinha porque sentir ciúmes do cara. Eles estavam numa relação arranjada, um casamento e uma gravidez de aluguel. Por que diabos então, ela estava tão aborrecida?
Não era culpa de Jasper ela se sentir daquela forma. Não era culpa dela não conseguir refrear suas emoções, mas era culpa daquela biscate ter aparecido na festa. Cattleya estava ciente de que Danuza Foster tinha tramado para que o que aconteceu na festa acontecera, mas ainda assim, a voz do ciúmes gritava enjaulada em seu peito.
Ciúmes... Essa era uma palavra engraçada e assustadora quando ela pensava em Jasper. Porque sentir ciúmes de alguém que não dava a mínima para a existência dela. Era ridículo.
Ariel bateu a sua porta com exímia pontualidade, às 9:00 da manhã, como se tivesse acordado cedo também. O sorriso incerto de bom dia que dedicou a Catty não chegou ao canto da boca, evidenciado seu receio sobre como estava o humor de Catty. Depois de colocar Nono para tomar café e deixar o menino sob os cuidados da babá, sim, Nono ganhara uma babá, elas saíram da mansão em um silêncio reflexivo e duradouro. Somente quando chegaram na marginal principal da cidade, Ariel resolveu se manifestar. Parecia meio aflita.
— Não seu o que se passa pela sua cabeça, Catty, mas se você quiser desistir disso tudo, saiba que terá meu total apoio. A atitude de Jasper foi completamente condenável. Eu nunca fiquei tão chateada com ele como estou agora.
Cattleya se surpreendeu diante do assunto levantado e depois de absorver tudo, ela suspirou. Um suspirou que não foi suficiente para lançar fora todo seu cansaço psicológico e suas tensões.
— Não precisa se preocupar Ari. Eu não vou desistir de nada. Já nadei até aqui, posso muito bem continuar nadando até chegar do outro lado. — ela respondeu e seu tom saiu firme. — Quanto a seu irmão, ele é livre e pode fazer o que bem entender da vida dele. Você sabe que a única coisa que nos une é aquele contrato. Nada mais do que isso.
— Sim, eu sei disso, mas o que ele fez foi errado. Beijar aquela mulher na festa de noivado foi uma bola fora, Catty. Tudo bem que ele jura que foi praticamente atacado por ela e que proibiu ela de se aproximar dele outra vez, mas foi uma baita sem vergonhice, não acha? Se alguém tivesse visto? E se alguém tivesse gravado e colocado na mídia? Por Deus, não quero nem imaginar o escândalo.
