Severo Snape

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Severo saiu da livraria sentindo sua irritação crescer a cada pensamento que tinha sobre a vida do querido garoto de ouro do mundo bruxo. Snape era certamente alguém muito amargurado que preferia beber veneno a interagir além que o necessário com as pestinhas que ensinava, porém ele não conseguia ignorar abuso e fingir que nada estava acontecendo.

Os alunos fora da Sonserina não costumam se abrir muito com ele, mas era ele que indicava sinais preocupantes para os outros diretores das outras casas. Afinal o jovem mestre de poções lembrava muito bem a sensação desesperadora de querer apoio e ajuda e encontrar somente o silêncio e falta de ações.

Em nada ajudou o maldito bullying que sofreu durante todos os seus anos escolares. O moreno se deparou com a falta de um lugar seguro e paz, seu ódio pelo mundo somente crescia e sua explosão de hormônios na puberdade fez com que tomasse uma decisão errada atrás da outra.

A mágoa persistente lhe custou sua amada e se não fosse pelos Malfoys ele certamente já teria acompanhado a ruiva para a terra dos mortos. Após a guerra e assim que começou sua carreira como professor, o moreno prometeu a si mesmo que nunca deixaria alguém passar pelo mesmo desamparo que passou.

E era por isso que agora se encontrava andando furiosamente em direção ao banco bruxo. Havia escutado um chamado vago vindo de Hagrid, mas nada lhe impediria de resolver isso o mais rápido possível. As pessoas que caminhavam pela rua se afastaram rapidamente, abrindo espaço para que passasse e o olhando com expressões assustadas.

O moreno não ligou para nada disso, seguindo em direção das grandes portas do edifício sem olhar ao seu redor. Os goblins pareceram surpresos quando ele abriu bruscamente a porta, sem paciência de esperar que o porteiro do banco abrisse a mesma para si. Retirando a carta do bolso, ele seguiu para o grande palanque no centro do salão e sem dizer nada a entregou para o atendente.

Grampo respirou fundo, resmungando algo sobre bruxos mal educados antes de chamar outro funcionário que lhe guiou até o escritório de Griphook. O bruxo entrou calmamente, surpreso ao ver que o goblin dos cofres Prince também se encontrava ali para a reunião.

- Boa tarde. - o cumprimento saiu rouco e preguiçoso - Gostaria de falar sobre a situação de Harry Potter e minha posição como seu padrinho.

Griphook assentiu, indicando para que sentasse e retirando uma pilha de documentos da gaveta.

- Boa tarde Sr. Snape-Prince, fico feliz com sua resposta rápida a nossa carta.

Um pequeno sorriso debochado tomou conta do rosto do moreno antes que ele conseguisse controlar.

- Acredito que o senhor deve ter encontrado Harry e de certa forma sabe o básico do assunto. - Severo somente assentiu em resposta. - Bom, descobrimos hoje que Albus Dumbledore assumiu ilegalmente a posição de guardião mágico do Sr.Potter e o levou para morar em algum lugar no mundo trouxa.

Snape sentiu sua irritação voltar, sua magia se remexendo em seu núcleo pronta para pulverizar o maldito velho caduco com vício em doces de limão.

- Tenho conhecimento desses fatos, com exceção da ilegalidade da guarda.

O goblin olhou para o bruxo seriamente, como se julgasse a veracidade da afirmativa do mesmo. Afinal, não era segredo que Dumbledore havia defendido o mestre de poções em seu julgamento como comensal da morte.

- No meu encontro com o Sr. Potter, algumas atitudes me levaram a questionar a segurança do mesmo. - Severo suspirou ao saber que mais alguém havia percebido os sinais de abuso. - O próprio senhor Potter me pediu para que entrasse em contato com vocês.

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