Dursleys

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Olá olá meus amores. Cap novinho para vocês!

Sei que não costumo colocar notas aqui no wattpad (por motivos de que acredito que quebra o ritmo de leitura) mas queria falar um pouquinho com vocês.

Primeiramente: fiquei esse bom tempo sem postar devido ao final de semestre da faculdade e um leve bloqueio criativo vindo do cansaço excessivo. Estava odiando tudo que escrevia e por isso a pausa, porém agora estou de féria e voltarei aos poucos.

Segundamente: quero pedir desculpas se não respondi algum comentário, minhas notificações ficam uma bagunça e as vezes perco alguns dos comentários. Prometo olhar todos os caps e responder vocês.

Terceiramente: quero agradecer de verdade por todos os comentários e votos/favoritos, vocês fazem meu dia e me incentivam muito a continuar com toda essa demonstração de carinho e apoio. Muito obrigada por acompanharem meus trabalhos!

Finalmente, uma boa leitura e nos vemos na próxima!

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Harry observou em silêncio a pequena criatura que continuava a balançar o dedo ameaçadoramente em sua direção. O elfo doméstico a sua frente lhe lembrou muito o pequeno e desajeitado elfo do seu sonho, muito livre e com personalidade forte. O moreno não fazia ideia do que responder ao elfo que parecia cada vez mais irritado com a falta de resposta.

De repente, uma mão gelada e grande tocou em seu ombro fazendo-o se encolher bruscamente com medo de ser golpeado. Isso pareceu chamar a atenção do elfo e do dono da mão, que logo Harry percebeu ser Severo. O mais velho estava olhando seriamente para si, claramente preocupado com a reação do garoto.

- Tinkle! - o elfo (agora nomeado) voltou sua atenção para o moreno mais velho. - Preciso que leve as coisas do Harry para o quarto ao lado do meu, por favor.

O elfo estreitou os olhos, mas rapidamente juntou os objetos e deixou que os morenos tivessem privacidade. Harry não conseguia acreditar no que tinha ouvido e logo sua boca falou mais rápido do que sua mente gostaria.

- Eu realmente vou ter um quarto?!

A felicidade pura na voz da criança fez o coração do mestre de poções se apertar. O moreno mais novo ao perceber o que tinha falado levou as mãos a boca, se xingando mentalmente ao lembrar de quantas vezes no sonho havia dito o que passava na casa dos Dursley e como ninguém nunca havia lhe ajudado.

Seu peito apertou e lágrimas ardentes vieram a seus olhos enquanto pensava que Severo certamente iria lhe mandar de volta se soubesse de tudo. Sua mente estava em frenesi, sua pequena cabecinha pensando em tudo que poderia ofertar em troca de permanecer ali e os chamados do mais velho continuavam sendo ignorados.

O pequeno surto emocional só foi interrompido quando os braços firmes do mais velho envolveram seu corpo trêmulo e magro. Severo sentia a raiva novamente crescer em seu interior, ele estava pronto para sair dali e exterminar Dumbledore e os Dursley naquele momento. Entretanto, ele sabia que Harry era mais importante do que seus desejos homicidas e precisava acalmar o pequeno antes de qualquer coisa.

Os dois ficaram abraçados por bons instantes até que o mais novo voltasse a respirar e pensar calmamente. Percebendo a melhora no estado do pequeno Potter, o professor o puxou calmamente para o sofá e se acomodou ao seu lado.

- Sei que deve ser uma coisa difícil Harry. - o tom de voz do mais velho era calmo e suave. - Mas preciso que me diga o que acontecia na sua antiga residência.

Harry se encolheu ao ouvir o pedido do mais velho, sentindo uma imensa vontade de chorar novamente.

- Por favor, não me mande de volta!

Snape arregalou os olhos com a explosão do mais novo, não entendendo como ele havia chegado à conclusão de que o deixaria retornar para os cuidados de Petúnia.

- Eu faço o que quiser! - lágrimas gordas começaram a descer pelas bochechas magras do garoto. - Posso cozinhar, lavar, passar roupas e cuidar do jardim! O que você quiser que eu faça!

Severo engasgou com as afirmativas gritadas, sentindo lágrimas virem aos seus olhos com o estado em que se encontrava Harry.

 - Shhh. - o moreno mais velho puxou o mais novo para outro abraço. - Eu jamais vou te mandar de volta para lá e jamais vai precisar fazer qualquer uma dessas coisas de novo.

O dono de olhos verdes desabou ao ouvir as palavras firmes do mestre de poções, sentindo a verdade em sua voz e deixando que o alívio e felicidade tomassem conta de suas emoções. Seu pequeno eu de 11 anos não evitou pensar em como seu eu do futuro poderia ter sido salvo se não fosse os preconceitos cultivados nele por seus companheiros de casa.

Novamente os dois se mantiveram por bons minutos em silêncio e abraçados, Harry criava coragem para reviver tudo que passara em 11 anos de vida. Sua voz saiu baixa e trêmula quando finalmente começou seu monólogo.

- Eu morava com meus tios e primo. - Severo tentou se afastar para observar o rosto do menor, mas os braços finos o prenderam fortemente para que não saísse do abraço. - Eles nunca gostaram de mim e definitivamente não gostavam de magia.

Severo respirou fundo quando suas próprias lembranças de Petúnia Dursley ressurgiram. Seus braços se apertaram ao redor do mais novo e o mestre de poções mudou ambos de lugar, segurando Harry firmemente em seu colo.

- Eles faziam questão de me lembrar que sou um fardo e que deveria ser grato por eles não terem me abandonado em uma lixeira qualquer.

Harry pausou brevemente, respirando fundo na tentativa de controlar o que estava sentindo e evitar perder o foco da sua fala.

- Eles me fizeram aprender a fazer os trabalhos da casa assim que pude andar, evitavam ao máximo me tocar a não ser que quisessem me bater e me davam as sobras das comidas uma vez ao dia.

Severo novamente precisou controlar sua raiva, ele não entendia como pessoas assim poderiam existir e se recusava a deixar qualquer um deles sequer pensar em Harry novamente.

- Eles me mantinham no armário embaixo da escada até a chegada da minha carta de Hogwarts. - o moreno se encolheu ao pensar no que iria falar em seguida. - Eles também mentiram sobre meus pais, falando que meu pai era um alcoólatra e que ele e minha mãe morreram em um acidente de carro.

Harry sentiu que não conseguiria continuar, suas lembranças e emoções estavam começando a se embaralhar com as que presenciou no sonho e sua mente ainda não desenvolvida totalmente não conseguia assimilar tudo aquilo de uma vez. Severo pareceu entender que o mais novo havia chegado em seu limite, acariciando os cabelos revoltos enquanto falava.

- Você foi muito corajoso me contando Harry. - o mais novo somente fungou suavemente e se inclinou no carinho que recebia. - Vou fazer de tudo para que você não precise voltar para lá, nunca mais.

O mais baixo soluçou levemente antes de abraçar com força o pescoço do mais velho, agradecendo-o baixinho várias vezes. O mestre de poções somente sorriu, fazendo movimentos fracos e calmantes nas costas do garoto. Decidido a distraí-lo, o mais velho pediu calmamente se gostaria de chamar Draco para que viesse e o ajudasse a organizar seu quarto.

Harry saltou do colo do mais velho na mesma hora, imediatamente animado com a ideia de chamar o novo amigo e passar mais tempo com ele. Severo sorriu ao ver que sua ideia tinha sido um sucesso e rapidamente fez uma chamada por flu para Lucius, chamando ele e seu filho para sua mansão.

O loiro mais velho pareceu surpreso, mas não negou o convite. Ambos os Malfoy chegaram 15 minutos depois, Draco meramente cumprimentando seu padrinho antes de correr em direção a Harry que estava esperando os convidados ansiosamente no sofá. Os garotos rapidamente se despediram dos mais velhos e correram escada acima em busca do novo quarto do mais baixo.

Os adultos somente sorriam com a energia e animação dos mais jovens. Severo voltou sua atenção para o loiro mais velho, assumindo uma expressão raivosa e carregada. Rapidamente, o moreno chamou Tinkle para que preparasse um chá para os dois, afinal seria uma conversa extensa e cheia de emoções.

Severo estava prestes a trazer o inferno para os Dursley e de quebra para Dumbledore, ele faria o que fosse necessário para proteger o mais novo afilhado e não seria um velho caduco que o impediria.

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