Lembranças

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Olá olá amores, como estão?De volta antes do que esperado, aqui esta um cap novinho para vocês!Ele está um pouco mais curto que o normal, mas pela intensidade acredito que não deva estar ruim.Quero agradecer de novo por todos os novos leitores, novos votos/favoritos e comentários. Talvez eu consiga fazer algum cap ou fic especial em agradecimento (me digam qual vocês preferem e sobre o que gostariam).Bom, vamos a leitura! Uma boa leitura a todos, não esqueçam de comentar e favoritar.Até a próxima! <333

EDIT 20/08/23: Pessoal eu tinha detestado o capítulo escrito originalmente, então reescrevi algumas partes para fazer mais sentido e poder seguir com o plot. Espero que gostem da nova versão e assim que possível estarei postando um novo cap <3

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Harry estava caminhando lentamente em meio a uma floresta escura, uma voz sombria ecoava entre as árvores, chamando seu nome. Risadas cruéis soavam das sombras criadas pela folhagem densa e vultos corriam por sua visão periférica. Seu coração estava acelerado e a adrenalina dominava suas veias, porém sua mente estava calma.

As lembranças de Severo passavam em loop pela mente do adolescente, revivendo obsessivamente as falas de Dumbledore e lembrando-o que esse era seu destino. A derrota de Voldemort dependia da sua morte e nada nem ninguém poderia salvá-lo desse caminho. Não existiriam mais feriados junto aos Weasleys, não haveria o futuro esperado pela comunidade bruxa onde ele se tornaria um auror e casaria com uma linda mulher.

Ele nunca mais veria Teddy, nunca mais brigaria com Malfoy, nunca mais ouviria Mione discursar sobre os direitos dos elfos domésticos e nunca mais perderia para Ron no xadrez bruxo. Harry nunca mais lembraria das risadas com seu padrinho, da saudade dos pais que mal conheceu, da vergonha escondida como irritação ao falar com Draco e do desejo de ter uma família só sua.

No fundo, Potter sempre soube que seu destino não era alcançar tudo aquilo que sonhava e que as responsabilidades dadas a ele pela comunidade bruxa nunca deixariam que seu desejo de uma vida pacata e amorosa se realizasse. Uma risada sem humor lutava para sair de seus lábios e o moreno não pode evitar a amargura e revolta que circularam seu peito.

No fim de tudo ele era só mais uma das crianças que foram jogadas em uma bagunça criada por adultos que não tinham coragem suficiente para terminar o que começaram. A responsabilidade foi jogada em uma geração que viveu anos de falsa paz e que lutavam a cada minuto para simplesmente viver mais um dia. Não havia treinamento ou pausas, somente crianças despreparadas lutando por ideais que nem sequer acreditavam totalmente.

A folhagem densa finalmente abriu e Harry saiu de seus pensamentos sombrios, os olhos verdes finalmente se ergueram do chão e focaram na pequena clareira onde Voldemort e alguns comensais se reuniam. O rosto deformado do bruxo se contorceu em um sorriso, dentes amarelados sendo revelados abertamente. Bellatrix riu histericamente, claramente animada com a ideia da vitória iminente do seu mestre.

Harry somente encarou inexpressivamente o grupo a sua frente, sua mente tranquila e suas emoções ecoando nada além de vazio. Olhando de relance para o rosto de cada um ali, Potter se pegou desejando por um momento que nenhum dos bruxos a sua frente existisse. Afinal, era demais pedir que as pessoas que arruinaram sua vida sumissem? Era demais pedir pela oportunidade de uma infância normal? Era demais pedir por uma família amorosa? Por uma jornada em Hogwarts regada a brincadeiras, amizades duradouras e namoricos bobos?

Ah... A grande ironia de passar sete anos lutando contra Voldemort somente para descobrir que não havia como evitar sua morte. A ironia de descobrir que o diretor que tanto confiava o criou como um porco para o abate e nem sequer teve a decência de revelar o que sabia. Tantas mortes poderiam ter sido evitadas se Harry soubesse de tudo que ele sabia naquele momento.

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