𝑮𝒂𝒓𝒐𝒕𝒂 𝒊𝒎𝒐𝒓𝒕𝒂𝒍

Cap I - The Silver family

~𝑳𝑼𝑪𝒀 𝑺𝑰𝑳𝑽𝑬𝑹~
[1660s]

Nas paredes da mansão Silver, contos de lendas sobrenaturais sempre foram comuns e reais. Meu pai vivia contando para mim e para minha irmã sobre lobisomens, bruxas, demônios e principalmente, vampiros. Meu pai os abominava e sempre contava a pior história sobre os sangue sugas.

Sobre suas peles pálidas e geladas, seus olhos flamejantes e sua imortalidade incomum. Ele sempre fez questão de lembrar de como nossa família era formada por caçadores, destemidos e leais, preparados para acabar com qualquer fera abominável. Por conta disso, ele estava sempre viajando. Por muito tempo eu acreditei nele, mas depois, nunca mais.

Eu nunca havia presenciado um desses monstros em minha frente, e sinceramente, não devem ser tão ruins como nas histórias de meu pai. Eram histórias para dormir, e para nos manter longe da floresta que rodeia o fundo da mansão. E só hoje eu percebo isso.

Leio meu livro, um romance sobrenatural e ardente que fazia minhas pernas desejarem por um desses vampiros sugando meu pescoço. Apenas paro de prestar atenção em meu livro quando escuto o gritar do meu nome, olho por minha volta e vejo apenas flores e mais flores. Escuto meu nome novamente, me levanto limpando a barra de meu vestido e volto a olhar ao redor.

Quando noto, minha irmã, Loren, está acenando para mim enquanto desce de um grandioso cavalo branco e sorri. Seu cabelo dourado reflete sobre a luz do sol da primavera. Corro em sua direção e sou recebida com um abraço apertado e atencioso.

— Você voltou! Senti sua falta irmã — Digo enquanto ela me solta.

— A caçada foi boa, mas o papai não desiste dos monstros da meia noite — Ela diz rindo.

Loren é minha irmã gêmea, sendo apenas um minuto e meio mais nova que eu. Ela tem longas ondas douradas que não chegam a ser cachos fechados, seus olhos são turquesas como o de papai e sua pele é corada e com vida.

Muito diferente de mim, que sou a personificação de minha falecida mãe. Pelo que todos dizem. Olhos acastanhados, cabelos ondulados e escuros como uma floresta negra e pele tão pálida quanto a neve que cai no inverno.

Minha irmã é a preferida de meu pai, e ele há leva para quase todas as viagens de caça dele. Eu não gosto de matar cervos e muito menos dormir no meio do mato, então sempre fico em casa com Marye, nossa madrasta.

Marye é um doce comigo, me trata super bem e me ensina tudo que eu preciso. Como pintar sem manchar os meus vestidos ou tocar piano graciosamente. Nossas tarde de chá são as melhores. Mas como madrasta, ela sempre destratou minha irmã. Acho que nunca saberei o motivo, mas não vejo motivo nem razão para ela fazer isso com Loren.

— Venha, vamos entrar e pedir para Odete lhe preparar um banho. Está precisando — Loren faz uma careta enquanto eu à arrasto para dentro de casa.

Odete, nossa governanta a recebe de braços abertos e a leva para os andares acima.

— Fico feliz que seu pai tenha voltado em segurança — Escuto a voz de Marye atrás de mim.

— E Loren também — Afirmo.

— Não sei por que ele ainda insiste em levar ela nessas caçadas