Cap. V - Red Eyes

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~𝑳𝑼𝑪𝒀 𝑺𝑰𝑳𝑽𝑬𝑹~
[1660s]

O sol bate na minha janela juntamente com meu lençol sendo arrancado por Odete. Hoje é o último dia de todo esse tumulto, e será apenas de noite. Estou exausta com dores na minha nuca. Loren entra no meu quarto ainda de camisola, enquanto Odete está no banheiro.

— Acordada? — Ela vem até minha cama.

— Acabei de acordar — Digo sonolenta.

— Você sumiu ontem.

— Não estava me sentindo bem.

— Ah, certo — Ela parece querer falar algo.

— Loren, aconteceu alguma coisa na minha ausência? — Arqueio minhas sobrancelhas.

— Não, não aconteceu nada — Ela diz rápido e saí, eu não entendo porque ela se comportou dessa maneira, mas não questiono muito.

Apenas levando e vou para banheira, Odete deixou a banheira com água quente e perfumada para mim. Entro e começo a me organizar, Odete também entra no quarto e começa a me auxiliar.

Após o banho, ela me apronta. Ela faz um coque no meio da minha cabeça e coloca rosas vermelhas em volta como enfeite, e me ajuda a colocar o vestido que é extremamente delicado.

Tom de vermelho sangue, babados por sua saia e um desenho bordado de uma cruz no meio dos seios. Luvas em minhas mãos e então vou até o meu cofre. O abro e pego o colar que James me deu.

— Não é majestoso Odete — Digo enquanto seguro o colar em mãos.

— É perfeito querida — Ela sorri.

— Me ajude a colocar por favor — Odete coloca o colar em mim enquanto me observo no espelho. Pela primeira vez consigo ver aquilo que todos veem. Minha própria beleza.

Sou surpreendida por meu pai, que bate na porta e logo há abre. Sorrio em sua direção enquanto Odete nos deixa a sós com um
sorriso contagiante.

— Você está perfeita querida — Ele me observa atentamente. — Vejo a luz que tinha sua mãe, em você.

— Acha mesmo? — Me viro para que ele possa segurar minhas mãos.

— Com toda certeza meu bem — Ele me observa novamente, mas então, seu sorriso some aos poucos. — Quero que tome cuidado hoje.

— Por que? — Falo completamente confusa.

— A muitos seres da meia noite soltos a luz da lua querida.

— De novo com essas histórias pai? — Solto minhas mãos das suas e me sento sobre a cama.

— Sabe que não são apenas histórias, são fatos. Sua mãe acreditava fielmente nisso — Ele caminha até a varanda e olha para a parte de fora.

— Ser um sobrenatural nem deve ser tão ruim papai. Imagina, viver uma eternidade com aquele que você ama — Ele vira a cabeça bruscamente me observa irritado.

— São demônios, seres fora da natureza e realidade que conhecemos. Nunca se deve esperar algo bom vindo deles.

Se mamãe fosse uma sobrenatural, talvez estivesse viva, não é mesmo? — Me levanto da cama rapidamente.

— Não diga tolices. Sobrenaturais são capazes de morrer, dês de que seja da forma certa. — Sem olhar para trás, passo pela porta, indo de encontro com Loren e Marye.

— Você está incrível — Loren diz quando percebe minha presença no corredor.

— Obrigada Loren, você está perfeita — Ela apenas me olha e dá seu sorriso bobo.

𝑮𝒂𝒓𝒐𝒕𝒂 𝒊𝒎𝒐𝒓𝒕𝒂𝒍 Onde histórias criam vida. Descubra agora