Cap. XII - Family Blood

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~𝑳𝑼𝑪𝒀 𝑺𝑰𝑳𝑽𝑬𝑹~
[1660s]

Acordo decida a ir para casa de James. Me apronto e logo saiu do quarto. Sinto o clima da casa pesado depois da briga de ontem, mas tento ignorar para não me distrair. Vou até a saída, enquanto arrumo as luvas em minhas mãos, sinto alguém se aproximar.

— Para onde pensa que vai? — Quando me viro, dou de cara com Marye de braços cruzados.

— O que disse? — Digo em um tom perfeito de ironia com as sobrancelhas arqueadas. Seus olhos estão inchados e seu cabelo está desgrenhado, ela usa seu roupão e está com pantufas de veludo.

— Onde pensa que vai Lucy Silver? — Ela diz com firmeza.

— E isso é do interesse de quem? — Volto a arrumar a luva que estava presa na manga de meu vestido.

— O que deu em você? Está passando dos limites. — Me viro bruscamente.

—  Você não consegue ficar quieta por um segundo se quer? — Ela me olha irritada. — Estamos fartos de você Marye, todos nós.

— Você me deve gratidão.

— Eu não te devo nada. — A fuzilo com meus olhos. — Como eu já lhe disse, tudo que você fez durante sua vida em Northfell foi porque quis.

— Fiz por Rose. — Ela fecha os punhos contra o corpo.

— Minha mãe está morta Mary, Rosie está mortaEla me observa, abismada com que acabei de dizer. Uma parte de mim se dói por minhas palavras frigidas. Mas não me importo mais. — Não faça meu pai escolher entre nós e você. Já deve saber a resposta. — Digo me afastando bruscamente e indo até as carruagens.

Peço para que o chofer de nossa família me leve até a casa de James. Passamos pelos portões da casa sem problemas, desço da carruagem e bato em sua porta, Corcell logo abre com um sorriso no rosto.

— Olá Senhorita Silver, bom te ver — Ele diz sorrindo enquanto me dá espaço para passar.

— Olá Corcell. Onde James está?

— Me siga, irei lhe levar até ele. — Sigo Corcell até o terceiro andar da casa. Ele abre uma porta e quando aberta, vejo James sobre milhões de papéis apoiado em uma mesa. Deve ser seu escritório.

— Lucy meu amor. — Ele me olha com um sorriso no rosto e com um olhar cansado. Corcell fecha a porta nos deixando a sós. — Imaginei que viria. — Ele me observa bem antes de continuar. — Aconteceu algo ontem não éh? Antes do jantar.

— Escutou algo? — Talvez tenha escutado os gritos.

— Vampiros tem a audição extremamente aguçada. Seu pai pode não ter escutado, mas eu escutei.

— Entendo. É difícil me acostumar com o fato de você ser um sobrenatural — Ele me olha confuso.

— Nem todos somos civilizados assim — Ele me olha de cima abaixo. — Lembra que eu te disse, que explicaria tudo caso quisesse? — Quando ele diz isso me lembro da noite passada no baile, e de Florence.

James, quem é Florence Campbell? — Digo séria. — Aquele homem não parece ser tão velho assim, e ele conheceu minha mãe em vida. — Afirmo.

— Ah, Florence — Ele diz com uma voz cansada. — Ele te disse algo sobre sua mãe?

— Não. Mas ficou chateado com o fato de ela estar morta há dezoito anos. — James anda até a janela do seu escritório e observa o lado de fora.

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