Capítulo 3

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Margarida on

Eu estava em casa com a minha filha a Aurora, bom eu tive-a quando tinha acabado de fazer 16, o pai dela não a quis assumir, então eu tomei a decisão de a ter, e desde aí eu tenho-a criado com a ajuda dos meus pais, as pessoas ficam um pouco chocadas quando digo que tenho uma filha, ela neste momento tem 2 anos, ela é uma miúda muito enérgica e faladora, apesar de ter só dois anos ela é muito desenvolvida para a idade que tem.

Eu e ela estávamos na cozinha, a fazer cookies, era o nosso passatempo favorito, além de irmos jogar futebol para o parque aqui ao pé de casa, ela gostava de futebol assim como eu.

Eu tinha acabado de os tirar do forno, quando a porta da frente foi aberta, a Aurora pediu para que eu a colocasse no chão, eu coloquei-a no chão, e ela correu para fora da cozinha, eu tirei as bolachas do tabuleiro e coloquei-as num prato.

—Boa noite, querida—disse a minha mãe ao entrar na cozinha  

—Boa noite—eu disse dando-lhe um beijo na testa

—Como correu o dia—ela perguntou-me começando a lavar o tabuleiro

—Correu bem—eu disse não dando muitos detalhes

—Algum que te de muito trabalho?

—Á um rapaz—assim que eu falei o meu pai apareceu e encostou-se no balcão da cozinha

Eu ri da sua ação, ele parecia uma velha fofoqueira.

—Vocês devem saber quem é—eu disse-lhes encolhendo os ombros—É o central do Benfica, o António Silva

—Continua—disse o meu pai

—Ele é muito sério, e acho que ele não gosta muito de mim.

—E pq é que ele não gosta de ti?—perguntou a minha mãe arqueando uma sobrancelha 

—Sei lá, eu nunca lhe fiz nada—eu disse encolhendo os ombros—Também não podemos gostar de toda gente

—Se calhar, é só pq não te conhece, é normal que não fale tanto—disse a minha mãe

—Eu espero que seja só isso—eu respondi

Após arrumar a cozinha, vesti o pijama á Aurora e deitei-o, ela dormia na minha cama, porque ela não gostava de dormir sozinha, por isso normalmente dormia comigo, mas ela tinha o seu próprio quarto, eu troquei de roupa, e fui dormir.

(. . .)

  Eu vi os jogadores que tinham sido convocados para o Qatar, eu fiquei um pouco surpresa por ver o António, eu sabia que ele era um bom jogador, mas não pensei que o Fernando Santos o iria convocar, fiquei um pouco desapontada comigo pois eu tinha me candidatado para acompanhar a seleção, mas não fui aceite.

Poderia ser que para a próxima me aceitassem, eu levantei-me para mais um dia de trabalho, vesti-me e em seguida fiz o pequeno-almoço, e fui acordar a Aurora, ajudei-a a vestir-se, tomámos o pequeno-almoço e eu levei-a, á escola.

Sexta-feira

Eu tinha acabado de ir buscar a Aurora á escola, quando me ligaram a dizer que eu tinha de verificar um jogador, eu dirigi até ao hospital da Luz, entrei no estacionamento, ajudei a Aurora a sair do carro, ela deu-me a mão, e nós entrámos dentro do hospital.

Deixei a Aurora com a recepcionista, caminhei até á zona dos vestiários, e troquei de roupa.

Deixei a Aurora com a recepcionista, caminhei até á zona dos vestiários, e troquei de roupa

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Após me ter vestido e mudado de calçado, saí dos vestiários, e caminhei até á recepção.

—Mamã, estás tão bonita—disse a Aurora com um sorriso

—Oh, obrigada meu amor.

—Dr. Margarida, já está tudo pronto—disse a auxiliar de fisioterapia

Eu abaixei-me na sua altura, e olhei para ela.

—Aurora, a mamã vai ter de atender um paciente—eu disse-lhe—Tu vais ficar aqui na recepção, é para ficares sossegada, e fazeres o que a D. Rosa disser

Ela concordou com a cabeça, caminhei até á sala, ao abrir a porta deparei-me com nada mais nada menos que António Silva.

—Peço desculpa por tê-lo feito esperar—eu disse com um sorriso envergonhado

Ele não respondeu, ficou um silêncio desconfortável na sala, ele podia ter dito alguma coisa.

Eu caminhei até á mesa, sentei-me, liguei o computador, e olhei para ele que ainda estava em pé.

—Pode-se sentar—eu disse gesticulando para a cadeira

Ele puxou a cadeira e sentou-se, eu abri a sua ficha, e verifiquei o relatório do fisioterapeuta da seleção, aparentemente era o mesmo problema da última vez, e além disso ele tinha tido alguns problemas respiratórios, observei os raios x que ele tinha feito.

—Pode-se sentar na maca—eu disse levantando-me

 Caminhei até ao lavatório, lavei as mãos, sequei-as e desinfetei-as, e em seguida caminhei até ele, ele tinha umas calças de fato treino pretas, e um polo.

—Preciso que tire as calças e a camisola—eu disse tentando manter um tom neutro

Ele começou por tirar o polo, e em seguida descalçou-se, assim que ele ía começar a tirar as calças, eu desviei o meu olhar, após ele ter tirado, eu pedi para que ele se deitasse na maca, começei por fazer alguns exercícios de Fisioterapia, após os ter terminado passei um gel anti-inflamatório.

Assim que o gel secou, eu peguei no estetoscópio, pedi para ele se sentar, coloquei o estetoscópio no seu peito, pedi para ele respirar, a sua respiração estava pesada, pedi para ele se levantar e ficar de costas para mim, assim que eu ía colocar o estetoscópio, bateram á porta.

—Mamã, ainda demoras muito—disse a Aurora assim que entrou

—Eu estou quase a acabar, consegues esperar só mais um bocadinho?

—Posso esperar aqui?—ela perguntou fazendo beicinho

—Podes mas preciso que fiques sossegada, e que não faças barulho, consegues fazer isso?

—Sim—ela respondeu e caminhou até ao sofá deitando-se

—Não se importa que ela fique, pois não—eu perguntei-lhe ele apenas negou com a cabeça

Após fazer tudo fiz o relatório, a Aurora tinha adormecido, logo agora, que eu tinha coisas para levar para o carro.

Antes que o António saísse, eu perguntei se ele me podia ajudar com as caixas, só faltava uma caixa, enquanto ele levava a última eu peguei na Aurora ao colo, eu já tinha trocado de roupa, por isso estava pronta para ir embora.

—Obrigada pela ajuda—eu disse-lhe com um sorriso 

Ele apenas concordou a cabeça.

—Então, até ao próximo treino—eu disse-lhe ele despediu-se com um aceno

Que rapaz estranho podia ao menos dizer alguma palavra, eu ainda o vou por a falar pelos cotovelos, entrei dentro do carro e dirigi até ao carro.

Ele não demonstrou nenhuma emoção ao saber que eu tinha uma filha, estranho, a maior parte das pessoas ficam chocadas e julgam, que rapaz estranho eu pensei... 


Opposites-Antônio SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora