Capítulo 1

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Margarida on

Assim que o campeonato começou, foi me proposto que eu fosse fisioterapeuta do Benfica, e eu aceitei.

Apesar de ter terminado o curso á pouco tempo, eu tinha alguma experiência, pois durante o curso e até mesmo nas férias, eu estive em lares, hospitais, centros de reabilitação.

Eu estava ansiosa para começar, nos primeiros meses, eu comecei apenas por ajudar os miúdos da formação, eles davam muito trabalho, pois eram crianças e eles costumam ser muito faladores e irrequietos.

Nos finais de Outubro, é que eu ía começar a trabalhar com a equipa principal, eu já conhecia a equipa técnica, inclusive o treinador e alguns jogadores.

(...)

Hoje era o meu primeiro dia oficial, eu ía ver o treino da equipa principal, e avaliar os jogadores, para ver se estão aptos para os jogos.

Eu levantei-me, vesti umas leggins pretas, uma t-shirt, e um casaco preto com fecho, do Benfica.

Fiz o meu pequeno-almoço, após o tomar saí de casa, os meus pais já tinham saído para trabalhar, liguei o meu carro, e dirigi até ao Benfica campus, chegando lá estacionei o carro, tirei o meu cartão, saí do carro, e caminhei até à entrada, mostrei o meu cartão ao segurança e entrei, ao que parece ainda não tinha chegado ninguém.

Liguei as luzes do pequeno pavilhão, e comecei a preparar as coisas, espalhei colchões pelo pavilhão, peguei numas fitas elásticas etc.

Enquanto não chegava ninguém eu decidi aquecer um pouco, coloquei uma música e começei a dançar.

(Rapariga das calças brancas)

Assim que acabei ouvi aplausos, olhei para a porta e vi os jogadores de futebol, sorri envergonhada, caminhei até ao meu telemóvel e desliguei a música.

E virei-me outra vez para eles.

—Desculpem eu deixei-me levar —eu disse-lhes envergonhada

—Foste magnífica—disse o Rafa e os restantes jogadores concordaram e fizeram alguns elogios

Eu notei um em particular que se manteve sério e parecia não se importar com o que se passava á sua frente.

—Obrigada—eu agradeci

O mister logo apareceu e nós tivemos de começar.

Eu comecei por dar alguns alongamentos, e ajudei os jogadores em alguns exercícios principalmente os de flexibilidade.

Eu observei cada jogador até que o meu olhar parou no jogador de mais cedo, caminhei até ao treinador.

—Quem é o rapaz, entre o Neres e o Bah?—eu perguntei apontando para esse mesmo rapaz

—É o Antônio Silva, defesa central—disse o treinador

Bem ele é defesa central aposto que é agressivo em campo, e talvez não só em campo, eu e a minha mente poluída.

—Ele porta-se bem?—eu perguntei por curiosidade

—Sim, ele é muito quieto, muito na dele, não gosta de confusões, e em campo dá tudo por tudo—disse o treinador

À medida que o treinador ía falando sobre ele eu ía observando o seu comportamento, o Neres disse-lhe alguma coisa o que o fez rir, ele deve ter percebido o meu olhar sobre ele, ele olhou para mim, e assim que o fez desmanchou o sorriso, e ficou sério.

Eu achei estranho o seu comportamento, mas ignorei voltando-me a focar no meu trabalho.

Após terminar os exercícios, ainda tinha de fazer os testes respiratórios.

Tive de ir para outra sala, para fazer os testes aos jogadores, aí já foi mais de uma pessoa a fazê-los, para ser mais rápido.

Eu já tinha começado a algum tempo, eu estava a ver uma coisa no computador, quando alguém entrou, olhei para cima e vi o Antônio, os nossos olhares encontraram-se, mas ele desviou o olhar rapidamente.

Eu levantei-me caminhando até à máquina, e ligando-a.

—Podes tirar a camisola—eu disse-lhe

Ele olhou para mim, parecendo nervoso.

—Não te preocupes vai ser rápido—eu disse com um pequeno sorriso para o tentar tranquilizar

Ele desviou o olhar e tirou a camisola, eu tentei focar o meu olhar no seu rosto, pedi para que ele se aproxima-se, e ele assim o fez, eu peguei nas ventosas, e coloquei-as no seu peito, senti o seu olhar sobre mim, olhei para os 3 sinais que ele tinha no peito, e fui subindo o meu olhar até ao seu rosto.

Os nossos olhares encontraram-se, o seu olhar era intenso, nós tínhamos uma grande diferença de altura eu com os meus 1,60, e ele com os seus 1,87, ele praticamente tinha que olhar para baixo para olhar para mim, eu rapidamente percebi o que estava a fazer, e afastei-me dele.
Comecei a fazer os testes, aparentemente estava tudo bem com ele.

Eu tirei-lhe as ventosas, e desliguei a máquina, e caminhei até ao computador, para fazer o relatório, assim que o terminei, levantei-me, assim que olhei para ele, ele já tinha a camisola vestida.

—Aparentemente está tudo bem, nada de problemas respiratóricos, os batimentos cardíacos estão bons—eu disse-lhe calmamente

Ele apenas concordou com a cabeça, ele pareceu hesitante.

—Se quiseres já podes ir—eu disse-lhe com um sorriso

Ele saiu e eu suspirei eu não entendia o comportamento dele, mas também não iria julgar pois não sabia o pq de ele ser assim, ele era um rapaz muito misterioso, o que me fazia querer saber mais dele.

Opposites-Antônio SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora