XVIII

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O prefeito não havia descido sozinho do carro, com ele estavam outros três homens. Ele me olhou, como que constrangido e eu me dirigi aos outros:

-Bom dia, eu preciso de um momentinho com o sr prefeito, prometo que será rápido. -um dentre eles que acredito ser seu assessor, olhou para nós e os fez passar a caminho da entrada, dentre aqueles homens um falava inglês, aquele estrangeiro me deu umas encaradas de cima a baixo e mesmo depois que se foi voltou a me olhar. Pensei e olha que não estou arrumada. Que pensamento besta! Me voltei para aquele problema ali na minha frente. comecei falando mais próxima e mais baixo. -O senhor pode me explicar o que eu fiz para que se indispusesse comigo?

-Mocinha, você está atrapalhando meu almoço.

-Por favor responda. -soo um pouco mais enérgica -Eu fiz algo, para que o senhor quisesse travar uma batalha contra mim?

-Criança, você acha mesmo que pode comigo?!. Não me incomode mais, saiba que perseguição é crime.

Ele sai tão ferozmente que praticamente me empurra, eu realmente não entendo o tamanho de tanta hostilidade, e odiei o fato de ter sido menosprezada por causa da minha idade. Minha mente está a mil e eu ali parada em choque, quando percebo que o Manuel está parado na minha frente.

-Agora pode me falar o que está acontecendo, ou ainda não confia em mim?

-Olha pra ser sincera eu não confio mesmo, mas vamos sair daqui. -vamos em direção ao meu carro e peço para que ele entre. -Eu tenho dificuldade em confiar em quem quer que seja... -começo com dificuldade. -Nada contra você, mas sabemos que discrição não é seu forte, isso pra mim que sou muito reservada acaba sendo um ponto negativo pra você.

-Por isso nunca fomos amigos?

-Talvez. Mas se você olhar direitinho verá que praticamente não tenho amigos mesmo.

-E você e o prefeito o que está rolando?

-Eu não gostaria de falar disso com você. Mas se você me prometer que vai ficar entre nós, eu realmente preciso de ajuda para entender algumas coisas.

-Tipo o que? Eu sei que tenho um jeito despreocupado, mas sou responsável. Pode confiar eu não quebro promessas. -ele disse seriamente, e me passou confiança. -E eu prometo.

-Eu não sei o porque, mas o prefeito... parece que quer fechar o abrigo, já que quer parar com as doações que fazia e pediu para o Arthur me demitir. Eu não sei o que fiz. Você acha que consegue descobri o porquê de tudo isso? Sem que isso me coloque em evidência e nem chame a atenção dele para você também?

-Tenho amigos em toda a cidade que com algumas cervejas contam muitas coisas. Talvez eu possa descobrir algo sim. Vou organizar um churrasco esse fim de semana. Cidade pequena você sabe sempre alguém ouve falar de algo, ou um fala uma coisa e outro fala outra e aí juntamos tudo para tentar entender. E aí eu te falo. -ele já diz a última frase abrindo a porta.

-Manuel, muito obrigada, inclusive por hoje. -digo com sinceridade

-Não parece, mas sou gente boa viu. Pode contar comigo também, não só com seu dentista bonitão ou o Arthur.

-Então, sabe aquelas oportunidades de ficar calado? você quase sempre perde... -falo sorrindo, ele não tem jeito. Será que vai consegui levar o plano adiante? Vai precisar de foco... -Por favor tenha cuidado enquanto faz isso, ele pode pedir a sua cabeça também.

-Pode deixar. -ele sai depois de um aceno afirmativo com a cabeça. Eu aceno também e respiro fundo enquanto o observo seguir para sua moto. Que loucura, será que fiz bem em envolve-lo nisso?

Pelo horário eu já deveria estar em casa. Sigo pensando em como estou cansada. Meu dia nem começou e eu já estou esgotada. Com meu carro já na garagem entro pela porta lateral que dá na cozinha. Todos estão sorrindo e comendo, fico tão feliz com a cena que até tiro uma foto.

A PROMESSAOnde histórias criam vida. Descubra agora