XVII

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               Como um pedaço de mamão, um mingau de aveia e tomo uma bela xícara de café. Tudo muito delicioso. A mesa estava forrada de bolos, pães, cereais, geleia, queijo, variedades de frutas frescas e secas. Dava vontade de tirar uma foto e postar no Instagram. Que maravilha de mesa. Rafael comeu pão integral com queijo e presunto, café, bolo de banana. Não olhava pra mim e fingia estar concentrado na comida. Ele realmente está chateado comigo, mas não consigo imaginar o porquê. Olho no relógio, sete em ponto, hora de sair.
              -Mariane estava tudo extremamente delicioso, muito obrigada. -Rafael, quando decidi conversar me procure, por enquanto até logo.

Passo pelo quarto de hóspedes e as meninas ainda dormem. Pego minha bolsa confiro os objetos pessoais, pego a pasta e o notebook e vou para a garagem, Rafael já está entrando no carro dele também. Balança a cabeça pouco empolgado e arranca com o carro.

           Saio da garagem no meu Clio em direção ao conselho. Arthur me recebe com uma xícara de café e faz sinal para que eu entre sem sua sala, fechando a porta logo em seguida. Devo pensar que o assunto é sério, mas se tem algo que a vida me ensinou é que por mais que algo lhe desperte a atenção o maior trunfo é esperar que o outro se pronuncie primeiro. O observo se sentar, inclina em minha direção com os olhos grandes cor de âmbar me analisando. cruza as mão em cima da mesa, com certeza o assunto é sério.

-Você mais que ninguém sabe o quanto te admiro e te respeito, você sabe que a tenho como uma irmã mais nova, ou até quem sabe uma filha. -Deus quanto ensaio, algo muito sério estava mesmo acontecendo ali. -Sem mais rodeios, o prefeito anunciou que vai retirar a ajuda que oferece de bom grado ao seu abrigo e pediu que eu desse um jeito de afastá-la daqui. Em que casa de vespeiro você tem se metido dona encrenca???

oh Deus estou em choque, se com a pequena ajuda da prefeitura já passamos por apertos, imagine sem ela. E porque me tirar do meu trabalho, que até onde sei tenho feito com maestria?!

-Arthur eu sinceramente não faço a menor ideia de onde vem isso... Estou em choque, completamente perplexa. -paro e analiso por um tempo. -Minha vontade é ir lá pegar ele pela gola da camisa e exigir explicações, mas meu bom senso diz que isso vai ser pior. O que me aconselha?

-Ainda não sei, venho há dias pensando nisso, sem saber como contornar isso, como fazer com que ele volte atrás. 

-Dias??

-Sim. dias. 

-A princípio pensei que pudesse ser algo relacionado à dona Lúcia por causa de Felipe, mas isso é de agora. Sinceramente não faço a menor ideia do porquê de tamanha hostilidade por parte do prefeito! Na verdade essa situação não só me deixa desconfortável como também indignada!

-O sentimento é mútuo. Mas o que fazemos? Como descobri o porquê de tudo isso? Apesar de eu ser seu superior e ser menos temperamental, você com certeza é a mais inteligente aqui. Pense numa maneira de entendermos tudo isso para podermos contornar. Quem sabe uma investigação?

-Pensei nisso. Mas não com nosso fofoqueiro de plantão, se o prefeito está tão contra mim deve ser um motivo ou muito pessoal, o que duvido, já que meu desprezo pela maioria dos seres humanos não é de agora e não houve nenhum incidente recente, muito menos que o envolva...

-Ou...

-Ou existe algo tão sem noção que nem sequer chegamos a cogitar.

-Tipo o quê? -ele faz uma cara muito confusa

-Tipo, tipo, pior que nem sei. Mas parece que ele quer que eu perca tudo, como se ou quisesse me causar dor ou me tirar daqui. -fico extremamente pensativa e sem chão. Mas como dizia minha mãe o que não tem remédio, remediado está. Mudo de assunto -Caso Devyson, alguma resposta do juiz? -o Arthur me olha com uma cara de "o que tu ta falando mulher?" eu entendo, mudei de assunto muito rápido, geralmente os homens não entende essa nossa capacidade e para piorar eu consigo ser um pouquinho pior que a maioria das mulheres. meu cérebro é super- agitado, funciona mais rápido ás vezes até que a minha boca.

A PROMESSAOnde histórias criam vida. Descubra agora