LXIV

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Tento amar, tento sentir, tento fazer meus sentimentos caberem na estreita caixa de emoções vividas da forma certa. Tento me apegar, tento fazer de alguém um lar mas meu próprio sistema de defesa, ao qual protege meu coração insiste em essa missão sabotar. Depois de tanto me importar com idas e vindas já não me sinto mais abalar, tantos entram e saem constantemente de minha vida que já nem consigo mais os enumerar. E eu, somente os deixo ir, os apago completamente de minha memória, os escondo em uma gaveta fria e escura dentro de meu incosciente, finjo não os ver para assim os esquecer, desfaço as lembranças que um dia amei rever. E a verdade é que me blindei, fingi não me importar até que verdadeiramente me desimportei, e agora já não consigo mais sentir tudo em sua máxima sensação, sempre não me entrego por inteiro por simples costume e forma de proteção, aliás depois de tantas vezes quebrado, acho que aprendi a manter inteiro meu coração.

Des(casos) de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora