LXXXIV

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Ar sufocante da fumaça feita por um cigarro, me enveneno toda noite com líquido que me deixa completamente alcoolizado, procuro carreiras brancas que me intorpeçam ao ponto de não me deixar lembrar quem sou. Sóbrio perambulo sem graça pelo viver, nas ruas da incerteza e do esquecimento, passo por rostos conhecidos que me desconhecem, provando do amargo gosto do desprezo. Findo semanas em cubículo fazendo algo mecanicamente não por gostar, recebo migalhas aos finais de meses quando outros milhões acabaram de lucrar. Entro no ciclo vicioso de sobrevivência do existir, onde constantemente me pego repassando o mesmo que em outro tempo vivi, afogo meus pensamentos junto com meu corpo em banheira de gelo também chamada realidade e no fim creio ser somente mera crise existencial, um passo a mais da minha idade.

Des(casos) de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora