LXV

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Dez da noite, luz azul do led que ilumina vagamente o quarto, música baixa no fone em uma poesia de notas melancólicas. Eu não te lembro, mas também não te esqueço, sei que o que sinto em relação a o que um dia fomos não é o que deveria sentir, sei que deveria chorar ou me sentir mal por te ver partir mas apenas não sinto. Não quer dizer que não te amei, e sim que entendo sua partida. Amores rápidos se vão rápido, conexões antes nunca sentidas desaparecem assim como surgiram, ciclos se encerram de tempos em tempos e aprendi a lidar com isso melhor do que poderia imaginar, aprendi a nunca em hipótese alguma chamar alguém que não seja eu mesmo de lar, aprendi que partir faz parte de todos, principalmente os que vem a mim e aprendi que paixões são mesmo assim. Sempre soube em algum lugar que não seríamos para sempre, tão longe disso na verdade, sempre soube que era curto nosso tempo e que eu somente passaria por você para lhe mostrar por breves momentos o que deveria no mínimo aceitar, para te mostrar o seu valor e que nada menos que isso deveria cogitar, e se eu de fato parar para pensar, você foi a forma mais rápida e próxima que cheguei do amar.

Des(casos) de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora