LXVII

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Tua escuridão dançou lindamente com a minha em meio a chuva, teus olhos cor de mar observaram todas as minhas mais remotas paisagens. Teu por do sol se juntou a minha aurora boreal em mais incrível fenômeno já visto, e teus clarões de estrela iluminaram minhas madrugadas frias e distantes. Teu peito se enlaçou ao meu como nenhum outro antes, e achei que era amor, até tuas amarras começarem a me cortar, até eu pensar de tudo, relevar tudo e me por em teu lugar. Até as noites de olhos inchados por tantas horas chorar, até a insegurança, tua desimportancia e as falsas vozes embriagadas de teu amor declarar. Até perceber que tudo que antes vi não passava de peça, mera encenação, e que na história de meu filme você deveria ser herói mas não passou de terrível vilão. O antagonista mais cruel que poderia existir, o que destruiu tudo que havia em mim, tudo que um dia cheguei a ser. Desfez minha alma, fez com que eu me perdesse de quem sou e que nunca mais viesse a me encontrar, foste tu o inimigo mais desprezível de todos por que nunca pensei que seria dessa forma capaz de me despedaçar.

Des(casos) de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora