LXVI

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O universo em sua extrema magnitude, em sua suma falta de explicação, tão parecido com nosso amor, tão parecido com nossa dor. Nos amamos até a última chama que queimou em um espaço sem oxigênio, vimos pouco a pouco nosso sentimento se transformar em poeira cósmica e flutuar sem rumo pelo infinito destino. Vimos a explosão de estrelas que emitiram seu brilho a milênios atrás, planetas sugados por buracos negros que mal existiram, passamos por todas as fases da lua, viajamos por Saturno e seus anéis, estávamos juntos quando Plutão foi desconsiderado planeta, pegamos carona sem nenhuma rota em algum cometa. Nós perdemos entre as infinitas galáxias e constelações, prometemos termos amor mesmo depois de tantas gerações, conhecemos tudo o que queríamos descobrir, voltamos a terra felizes por a imensidão dividir, contamos os dias para novas estrelas cadentes, tudo isso em meus planos, os que queria realizar se nesse espaço que chamo de vida ainda existisse a gente.

Des(casos) de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora