ta... amigos

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20 de Abril - Quinta-feira 

Julie Molina

—Eu sempre tenho a impressão que você foge de mim, aquele dia na varanda, no primeiro dia foi a mesma coisa— Ele falou e eu neguei com a cabeça mas a verdade era que eu de fato fugia, não dele em especifico, dos três.

— Não se sinta especial, faço isso com o Alex e o Reggie também— Dou de ombros como se não fosse nada importante.

— E existe alguma razão? — seus olhos mostravam a curiosidade que existia nele, ele me olhava como se quisesse me ler e eu tentava mostrar o menos possível.

— Não se você reparou mas não tem fotos de familia em nenhum lugar, eu só trabalho e venho pra casa, eu tenho uma amiga que eu não vejo a uns 2 anos e ai aparecem três garotos super talentosos e gente boa na minha vida que podem sei lá, ir embora pras suas respectivas casas ou coisa assim e eu voltar a ficar sozinha e com mais perdas na minha vida e vocês podem sumir em qualquer momento, não quero criar laços— Eu fui sincera, eu não podia evitar eles pra sempre sem nenhum motivo, então estava ali a razão que ele queria.

— Isso foi bem... Tudo bem, eu entendo você — Ele suspirou e se sentou no sofá  — Mas você também é bem boba, você não pode fugir das coisas e das pessoas, não pode se privar da diversão por medo dela acabar, eu to morto e só tenho um unico arrependimento na minha vida, não se prenda aos medos de perder, pensa no que ta perdendo e não não no que vai perder se continuar assim. — eu prestava atenção em tudo que ele dizia e eu não podia negar, ele estava completamente certo, se eu deixasse meus medos vencerem, eu ficaria pra sempre sozinha.

— Um arrependimento? —  Deixei minha curiosidade vencer e ele riu negando com a cabeça. —  Obrigada Luke! —  sorri pra ele que se levantou rapidamente, me deixando sem entender nada.

— Oque você estava fazendo quando eu cheguei? 

— Sabe quem é Kenny Ortega? —  perguntei e vi ele  e suspirei — ele é um produtor e coreografo, ele produziu High School Musical,  bom, é uma historia louca mas ele tinha um projeto muito grande e muito bom em andamento mas não deu certo por alguma razão —  fiz cara de tristeza e suspirei olhando ele—  bom, eu o conheci quando ele veio passar uma temporada aqui e eu era uma adolescente sonhadora e ele gostou disso, me mostrou varias coisas e disse que ele acreditava que eu podia ser como as pessoas que ele trabalhou, ele acreditava em mim por algum motivo e me deixou conhecer os dançarinos e tudo mais.

Ele me olhava completamente interessado e eu não sabia o quanto era bom conversar assim com alguem, contar as coisas, ter alguem que realmente quer te ouvir e não porque esta com interesse que ganhe algo em troca disso, era isso que ele me passava que ele era só um amigo me escutando.

—Ta, continua, ainda não sei aonde isso se encaixa com você cantarolando—  revirei os olhos rindo e então me sentei no tapete e ele me acompanhou.

— Bom, ele passou pouco tempo aqui, foram tipo três meses, no maximo mas... —  fiz um suspense, eu realmente estava feliz de compartilhar isso—  ele me ensinou a coreografia e a letra da musica semi pronta e eu nunca esqueci, quando o projeto foi cancelado antes mesmo de ter um nome por motivos pessoais, eu mandei um gmail gigantesco dizendo o quanto lamentava e gostaria de ver essa obra e a musica terminada e ele me respondeu com um "Considere a chance de terminar, meu presente pra você! sei que você consegue" e desde então tento terminar a letra, quem começou foi uma garota super talentosa mas ela só tinha uma parte da musica que era a parte que eu estava cantando.

—Vai, canta ela outra vez— olhei pra ele confusa e neguei — sem essa de timidez, canta, quero ouvir ela inteira, talvez eu possa te ajudar— tomei toda coragem do mundo antes de cantar o pedaço existente.

Here in front of me, They're shining so much brighter ,Than I have ever seen, Life can be so mean, But when he goes, I know he doesn't leave...— eu estava completamente sem graça.

The truth is finally breaking through, Two worlds collide when I'm with you... — Agora foi ele quem cantarolou e eu abri um sorriso, encaixou perfeitamente.

—Nossa isso foi... ficou bom— ele sorriu e então levantou indo em direção a cozinha e voltou com papel e caneta na mão — Oque? vai me ajudar a escrever? 

—Vou e depois você vai me ensinar a dançar— Eu sentia vontade de puxar aqueles papeis das mãos dele e cortar tudo aquilo mas meu coração implorava pra ficar implorava para que eu ficasse ali e continuasse e então, eu segui ele.

ALEX MERCER

— Atlanta é incrível cara — eu e Reggie passamos o dia inteiro no centennial olympic park, oque foi incrível demais, mesmo sem a graça de ter contato com outros seres humanos, nossa diversão foi ouvir fofocas de pessoas aleatórias.— Não sei porque nunca viemos aqui antes.

—Talvez seja por que fica a 11h e 10 minutos de Dallas? e a vez que nos arriscamos a vir, ficamos sem carro pra voltar? — perguntei e vi Reggie abrir e fechar a boca diversas vezes antes de confirmar com a cabeça, estavamos andando quando uma garota passou por nós e ela esbarrou na gente.

— ela esbarrou, você sentiu — Reggie perguntou e eu confirmei com a cabeça correndo na direção da garota, a chamando. — Licença moça mas.. você acabou de esbarrar na gente e...

Quando ela se virou, foi impressionante, ela parecia de mentira, ela era dona de uma grande beleza, possuem os cabelos tão negros quanto à noite, finos e extremamente lisos, os olhos dela acompanham a coloração negra, dourados ou até vermelhos, eu nunca havia visto algo assim, era como se mudassem e depois parassem no preto e seu corpo é esculturalmente pálido e definido, era dificil acreditar que ela era real.

— E vocês são de uma cidade aonde o pessoal pede desculpas e estão surtando com a ideia de que eu ignorei que bati em vocês? — perguntou com uma das sobrancelhas arqueada e foi como se nos dois estivéssemos em choque. — Eu sou Medeia mas prefiro Mer, é mais... comum? — fez uma cara de confusa.

—Bom, eu sou Alex e esse é o Reggie— falei apontando para indicar as pessoas mesmo só tendo nós dois ali.— Desculpa atrapalhar sua caminhada mas é meio mau educado esbarrar nas pessoas assim e ainda mais levar pulseiras alheias— Falei apontando na minha pulseira que estava agarrada na garota.

—Ah foi mal, essa roupa vive agarrando nas coisas— ela explicou mas o tempo todo ela olhava para Reggie—   Zeus tem seus preferidos— sorriu dando de ombros, sua beleza prendia totalmente a atenção, não conseguimos tirar os olhos dela e ela não tirava de Reggie... que climão.— Eu preciso ir mas nos vemos por ai, tenho certeza. 

Destined - JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora