Julie Molina
Luke e eu não nomeamos nossa relação ou algo assim, não estávamos namorando nem nada somos amigos mas amigos com certos privilégios, não é sexualmente falando, já que Luke conquistou o direito de dormir na minha cama as vezes e eu consegui carinho de madrugada e alguém me esquentando a noite toda, era bom demais.
Eu e Luke tomamos um banho juntos e fomos pra o meu quarto de toalha, começamos a nos beijar e não demorou muito para as toalhas cairem dos nossos corpos, Luke me deitou na cama mas antes que qualquer coisa acontecesse, ouvimos Alex gritar e Reggie repetindo "que nojo" enquanto saiam do quarto, foi possivel ouvir a gargalhada deles mas mesmo assim eu morri de vergonha, Luke se vestiu e saiu do quarto xingando eles, eu coloquei minha roupa e fiquei sentada na cama tomando coragem para encarar eles.
— Eu odeio vocês— Falei depois de quase meia hora que tudo aconteceu— Odeio mesmo.
—Não fica com raiva porque agora vimos seu homem nu— Alex falou fazendo com que os garotos rissem.
— Relaxa Julie, não deu pra ver nada, nem te enxergamos na real— Reggie disse e isso fez com que eu ficasse mais aliviada.
Me sentei entre eles e não tive um minuto se quer pois Alex não se aguentava e fazia piadinhas a cada segundo que passava e eu estava pensando seriamente em expulsar ele da minha casa mas lembrei que eu amo ele e me arrependi amargamente desse ponto extremamente insuportável mas eu conseguia deixar ele sem palavras, era só dizer um nome em alto e bom som.
— Iai Alex e você e o Willie? — Perguntei dando destaque ao nome de Willie falando lentamente e ele apenas ficou vermelho e me acertou com a almofada.
Eu adorava quando os meninos chegavam cedo no meu dia de folga, meu dia ficava mais animado com a presença deles, Deus me livre deles descobrirem isso, nesse exato momento, nós estamos brincando de pique na garagem que chamo de casa, oque é uma boa ideia? não mesmo mas Reggie perturbou a gente até a gente brincar com ele, eu e os meninos saimos correndo pro lado de fora de casa e Luke saiu um pouco depois xingando a gente.
—Ei, não vale aqui fora!— Gritou enquanto dava a volta na casa atrás de Reggie que gargalhava igual criança.
— Ninguem disse que não valia— falei passando mal de rir
O quintal não era grande mas da pra se divertir nele e era oque estávamos fazendo, Luke estava vindo pra cima de mim e eu liguei a borracha encharcando o garoto, eu sai correndo rindo, fato mas não deu muito certo porque ele me segurou e gritou pra Alex me molhar e quando dei por mim, estávamos pingando e tentando afogar um ao outro com a borracha, Luke me pegou nos ombros me colocando de cabeça pra baixo e Alex jogava água na minha cara, eu não estava me afogando de verdade e eles sabiam e minha barriga doía de tanto rir mas então uma voz fez com que a gente parasse com a brincadeira.
—Vocês vão matar ela!— Medeia gritou e os meninos riram e eu dei um tchauzinho mesmo não conseguindo ver ela.
— Relaxa princesa, estamos brincando— Reggie falou e eu comecei a gritar falando que ia morrer, era mentira, claro.
— Julie? — Ao ouvir uma voz masculina mais grossa, eu parei, Luke me colocou no chão e então eu pude ver meus pais e o ser que deve ser meu irmão.
— Oque? oque vocês estão fazendo aqui? e como? Medeia?— eu tinha mil perguntas na mente.
Medeia explicou que encontrou eles na cafeteria perguntando se alguem me conhecia e por ironia, alguem conhecia, eu não sabia bem oque fazer, estava completamente paralisada, deveria ter alguma reação né? mas eu não conseguia, eles estão ali, parados na minha frente, era surreal como isso poderia acontecer mas então minha mãe me abraçou, demorou um tempo para eu retribuir mas logo eu a abracei de volta e então meu pai veio tambem, eu sentia tanta falta disso, tanta falta deles.
Assim que nos separamos encarei o garotinho parado de braços cruzados me encarando, oque que eu diria pra ele? Esse lance de irmã mais velha não era comigo não, eu me dou bem com crianças mas essa criança, essa ai, eu me importava, eu queria muito, muito mesmo que ele gostasse de mim, caminhei até ele e me abaixei em sua frente na tentativa de ficar em sua altura
— Iae, eu sou sua irmã, tudo bem?— Tentei falar de uma forma natural e ele sorriu e me abraçou, eu não estava esperando mas retribui.
—Eu sempre gostei de ficar no seu quarto, ficava imaginando como você deveria ser e percebi que você gosta de musica né?
—Meu quarto? — Perguntei e ele concordou, meus pais deixaram meu quarto intacto todo esse tempo? mesmo depois de todos esses anos?
—Então... é normal esse tipo de coisa acontecer? as pessoas chegarem na sua casa e darem de cara com uma tentativa de homicídio ou seja lá oque vocês estavam fazendo?— Meu pai perguntou e nós rimos sem graça, me levantei e fui para o lado dos meninos.
—Olha Ray, se você tivesse noção do que pode ver chegando de surpresa nessa casa, eu já venho da esquina gritando— Alex falou e eu o acertei um tapa, eu nem percebi que bati nele mas foi necessário, Alex não tem limites.
—Eu tenho até medo de perguntar— Ray disse e eu senti minhas bochechas esquentarem.
Chamei eles pra entrar e o primeiro comentario foi sobre o tamanho da casa para quatro pessoas morarem, conversamos sobre diversas coisas e por mais que meus pais e meu irmão estivessem ali, eu sentei do lado de Luke o tempo todo e ele acariciava meu braço.
—Você e o Luke estão namorando?— Minha mãe me perguntou quando finalmente ficamos sozinhas.
—Não... tipo assim, é quase um namoro, é tipo um mesmo sabe mas não é um— É estranho falar dessas coisas pra minha mãe, ainda mais que nossa relação foi de uma mãe com um filha criança pra uma mãe com filha adulta, sem a parte da transição.
—Mas vocês se gostam né? Da pra ver do jeitinho que se olham e se tratam— Falou se sentando na cama de frente pra mim e colocando meu cabelo atrás da orelha e eu concordei com a cabeça— Vocês são praticamente destinados um ao outro, desde criança vocês tem uma coisa diferente.
—Eu tenho medo mãe— Sussurrei mas sabia que ela estava me ouvindo e ela me abraçou por um tempo e se afastou me olhando.
—Você se criou sozinha Julie, você se desiludiu varias e varias vezes com pessoas, não precisa me contar, eu sou sua mãe, eu simplesmente sei, você não aguenta o amor porque não se acha merecedora dele mas Hija, você merece sim, você mesmo sozinha se tornou uma mulher incrivel e eu só precisei conversar com poucas pessoas na cafeteria pra saber disso, eu e seu pai te amamos e Carlinhos já amava só a ideia da irmã, imagina tendo a irmã de verdade agora— Eu já estava chorando e ela secou minhas lagrimas— Libera tudo que tem no seu peito Julie, Fale dos seus sentimentos pra ele, se não conseguir grite, cante, só não foge disso Julie.
—Eu senti tanto sua falta— A abracei e ela fez carinho em minha cabeça e começou a murmurar alguma coisa e um pouco depois eu percebi oque era.
—Por maior que seja, por menor que seja, deixe-me fazer parte de tudo. Compartilhe seus sonhos comigo...
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Destined - Juke
Teen FictionJulie Molina nunca foi uma garota de acreditar na sorte ou no destino, sempre vou isso como uma forma das pessoas acharem esperança para viver em um mundo tão ruim mas em um momento inusitado da sua vida, o destino deu sua primeira amostra para garo...