Julie Molina
Aos poucos, eu fui me acostumando com a ideia de continuar minha vida, eu repetia pra mim que minha filha não iria querer nunca a mãe dela sofrendo daquele jeito e também, não queria fazer com que a minha mãe sofresse oque eu estou sofrendo, é muito difícil tudo isso, tem horas que eu acredito que não vai dar, minhas pernas tremem e eu quase reinício tudo mas Luke sempre está ao meu lado, um sempre apoiando o outro mesmo com nossas dores próprias, tentamos curar as dores um do outro.
Tudo comigo e Luke ocorreu rápido, sem esperar mas ele é meu grande parceiro, meu melhor amigo, o ser humano mais bonito do mundo, por dentro e por fora e eu não consigo expressar o quanto eu sou capaz de amar ele.
Já estamos em casa novamente, eu voltei pro trabalho e é uma boa coisa para distrair minha mente, o trabalho ocupa muito ela e isso faz com que eu não pense em coisas ruins, ao longo de nossas apresentações, fomos ganhando muitos fãs no caminho, todos foram super carinhosos conosco, mostrando apoio e ler tudo oque eu li foi muito bom, tudo bem que tinha alguns fãs das outras bandas que tacaram hates e falaram coisas como "mereceram" mas eu não podia deixar aquilo me abalar, eu vou conseguir vencer todos os meus inimigos.
Meu maior inimigo no momento estava sendo o microfone, eu não conseguia cantar uma nota se quer, eu tentei, tentei muito, eu encarava aquele microfone, olhava meu teclado mas nada dava certo, sempre que tentava, parecia que toda aquela dor voltava de uma forma mais forte e por isso, eu decidi me ausentar da banda, o maior problema é que já estamos na semana da final da apresentação, Luke também demorou para voltar a cantar e tocar mas graças a Deus, ele conseguiu, estou tentando convencer os meninos de falarem para a produção oque aconteceu para poderem tocar sem mim, eles podem se apresentar com "Now or Never", aposto que iria conquistar os jurados sem problema nenhum.
Sentei na rede da varanda entre as pernas de Luke que fazia carinho nas minhas costas enquanto conversávamos sobre assuntos aleatórios mas nosso momento fofo foi interrompido por Alex e Reggie que se juntaram a nós na varanda, falando sobre algum filme que eu não fazia ideia de qual era.
Reggie nos convidou para jogar uno com eles, Willie e as meninas e obviamente nós aceitamos, sentamos os sete em roda na pequena sala da minha casa e começamos a jogar.
—AH NÃO PODE SER, O REGGIE TÁ ROUBANDO!— Alex gritou jogando suas cartas no chão.
— Não é possível, ele ganhou as últimas dez partidas— Luke falou cruzando os braços fazendo bico, parecia uma criança.
— Meu namorado nunca roubaria, não é amor? — Medeia falou em defesa do namorado que confirmou.
— O problema é que eu sou muito bom e vocês são maus perdedores— REGGIE deu língua para a gente e eu bufei revirando os olhos.
— Você é algum mágico, foram dez partidas seguidas Reggie, não é possível— Até Willie que não se metia tanto nas nossas discussões estava se irritando.
— Se você não está roubando, levanta então Reginaldo— Flynn falou arqueando a sobrancelha e Reggie negou— Quem não deve, não teme, levanta Reggie.
O garoto se negava a levantar então os meninos levantaram ele, no momento em que saiu do chão, cartas do jogo caíram dos bolsos dele, fazendo todo mundo olhar pra ele com expressão de julgamento.
— Eu não sei como isso aconteceu, não sei como essas cartas pararam aí, eu juro— Tentou de defender mas Luke e Alex começaram a correr atrás dele que corria pela casa gritando por ajuda mas nós só conseguíamos rir.
Depois de muito tempo, todos decidiram que nunca mais iriam jogar nada desse tipo com eles porque quando não é Reggie escondendo cartas, é Luke roubando do banco, Alex manipulando os dados, eu fingindo que não cai no Twister, vamos ter que arranjar um jogo não roubavel porque aqui todos roubamos.
—Julie? — Alex bateu na porta do meu quarto e eu o mandei entrei — Foi mal pelo hora, é que eu preciso... conversar.
Olhei pra ele e bati do meu lado da cama, chamando ele para deitar comigo na mesma e isso que ele fez mas ele não disse nada, apenas encarou o teto.
— Oque aflige tanto essa cabecinha? — perguntei e ele se virou pra mim e suspirou, levei minhas mãos até o cabelo dele fazendo um cafuné no loiro.
— Eu tô um pouco assustado— eu só prestava atenção, deixaria ele falar oque estava sentindo com precisão — Eu gosto de verdade do Willie mas eu nunca cheguei nessa fase de uma relação sabe? a fase... mais avançada e eu morro de vergonha de falar sobre isso com os meninos.— Agora eu havia entendido, eu não estava sabendo se o medo era em relação aos sentimentos ou outra coisa e agora sei bem que é outra coisa.
— Alex, você nunca... com ninguém? — Perguntei e ele negou com a cabeça e eu apenas confirmei e me sentei para olhar ele melhor— A primeira vez é superestimada, a maioria das vezes, fantasiamos com algo perfeito mas quase nunca é assim, a verdade é que você não sabe como funciona, você não sabe do que gosta, não sabe como gosta e esse é o lado bom de fazer isso com alguém que a gente gosta? entende?
Eu estava tentando falar tudo explicadinho, sei que a primeira vez dele é diferente que a minha mas quero que ele tenha a instrução que eu não tive, me fez uma grande falta e só hoje, eu sei como realmente gosto das coisas, porque só agora tenho alguém que se importa com isso.
— Você nunca, nunca pode fazer nada porque o outro quer, você tem que fazer porque você quer, é o seu corpo, só pode dar permissão de tocarem aonde você quiser que toque, você tem que estar aberto para as opções mas nunca deixar de se impor quando não quer algo, sei que você é tímido demai mas Alex, nunca tenha vergonha de dizer "eu não gosto disso, eu não quero desse jeito", dicas eu não vou poder te dar porque na hora você não lembra de nada mas oque eu posso te dizer é, fica calmo e se não quiser que aconteça ainda, você não precisa e se quiser, vai pra cima que o Willie é um gato.
— Obrigado Julie — ele falou sorrindo e me deu um beijo na bochecha— você vai ser uma ótima mãe quando for a hora, eu te amo — Aquela frase me pegou de jeito mas não de uma forma ruim, apenas segurei ele que estava saindo e falei pra ele dormir comigo.
Luke chegou logo depois reclamando e quando dei por mim, estávamos os quatro dormindo agarrados.
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Destined - Juke
Roman pour AdolescentsJulie Molina nunca foi uma garota de acreditar na sorte ou no destino, sempre vou isso como uma forma das pessoas acharem esperança para viver em um mundo tão ruim mas em um momento inusitado da sua vida, o destino deu sua primeira amostra para garo...