Capítulo 7

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Depois do café da manhã, permaneci em meu quarto lendo o livro que havia escolhido na biblioteca, deitada sobre a cama. Amélia estava sentada em minha penteadeira concentrada em sua costura de tecidos, um hobby seu que só eu conhecia.

O príncipe passou os dois últimos dias ocupado com seus afazeres reais, e eu não tive mais nenhum contato com o soldado misterioso, assunto esse que preferi não comentar com Amélia, afinal, não queria deixá-la preocupada com minhas paranoias.

Nosso momento silencioso e confortável só foi interrompido com uma batida na porta que nos fez olhar uma para a outra.

— Será que é o príncipe? — sussurrou Amélia se levantando e indo em direção à porta.

— Não faço idéia — respondi no mesmo tom de voz arrumando minha postura.

Ela abriu a porta e fiquei surpresa ao ver a princesa Diana entrar com sua aparência impecável.

— Minha mãe teve a ótima idéia de tomarmos um chá no jardim, para... conversarmos e nos conhecermos melhor — ela forçou um sorriso e eu ignorei a pontada de sarcasmo em sua voz, estava começando a achar que ela não gostava muito de mim. — Enfim, eu irei acompanhá-la até o lugar, estarei aguardando do outro lado.

— Tudo bem, eu já vou.

Diana saiu do quarto graciosamente, troquei um rápido olhar com Amélia, e depois de uma breve arrumada em meu visual, fui ao seu encontro.

Caminhamos pelo castelo em total silêncio, mas ao contrário de mim, Diana parecia não estar nem um pouco incomodada com isso.

Porém, ao passarmos por uma parte aberta do corredor, ela parou repentinamente e andou em direção ao pátio mais ao longe. Fiquei confusa com sua atitude, mas resolvi segui-la.

— Achei que o jardim fosse para o outro lado — observei olhando para ela.

— E é, só estamos fazendo um pequeno desvio — ela deu um sorrisinho que eu não soube dizer o que significava.

— Mas a rainha não está esperando por nós?

— Ai, você se preocupa demais — disse revirando os olhos, o que era considerado uma falta de delicadeza para princesas. — Minha mãe só virá até nós mais tarde, então relaxa um pouco.

— Então... para onde estamos indo?

Ela parou e me encarou com cara de impaciência.

— Alguém já te disse que você faz muitas perguntas? — Não gostei do jeito que ela falava comigo, mas preferi não retribuir da mesma forma.

— Só quero saber pra onde está me levando. — murmurei tentando não perder minha calma.

— Bem, basta olhar.

Olhei na direção indicada por ela e confesso que fiquei ainda mais confusa do que antes com o que vi.

Um pouco mais distante se encontrava o campo de treinamento onde vários soldados trocavam golpes de espadas entre si.

— Você veio assistir... os soldados treinando?

— Mais ou menos isso — declarou ainda com um sorriso. — Está vendo aquele soldado dando instruções aos outros. — procurei com o olhar e vi que se tratava de Vicent — Aquele é o meu futuro marido.

— Vocês estão comprometidos? — perguntei com um nó na garganta, aquilo me deixou extremamente incomodada.

— Bem, ainda não, mas é só uma questão de tempo — ela deu um sorriso malicioso.

O Amor PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora