O Amor Perdido

Capítulo 31

Como dito por Phillip, chegamos ao pôr do sol na fronteira de Aravilly. Só de ver meu reino a alguns metros de distância fez com que eu me sentisse aliviada. Pelo visto, Edward cumpriu sua palavra e manteve os soldados de Donsfik longe de nós, só não sabia o que pensar dele ainda.

Cavalgamos até estarmos perto o bastante para sermos vistos pelos vários soldados que protegiam nossas divisas.

— Parados aí! — o capitão deles gritou dando alguns passos em nossa direção com a mão sobre o punho da espada — Não façam nenhum movimento brusco e se apresentem!

Desci calmamente do cavalo de Thomas e me coloquei à frente de todos, os olhos do capitão se arregalaram em reconhecimento.

— Princesa Helena! — ele se curvou em uma mesura e os outros rapidamente fizeram o mesmo — Nos perdoe, alteza, mas não fomos avisados de sua chegada hoje.

— Tudo bem, soldado. Peço que me leve imediatamente até o rei, por favor — falei de forma gentil, mas com uma expressão que mostrasse o quão urgente era o assunto.

— Claro, alteza — ele se recompôs e olhou para meus companheiros, cerca de doze homens e sete mulheres — Mas e quanto a eles?

— Virão comigo, eles são meus amigos — olhei por cima do ombro na direção deles.

— Terá que nos perdoar, alteza, mas não posso permitir isso, a menos que sejam deste reino — ele ergueu os ombros determinado e rígido.

— Ora, eles não são de Aravilly, mas eu os conheço — tentei intervir começando a ficar tensa com a possibilidade de não conseguir cumprir minha palavra feita à Phillip, olhei para ele e percebi a irritação aflorando em seu rosto.

— Sinto muito, alteza, mas estou apenas seguindo ordens.

Estava pronta para usar outro argumento quando ouvi alguém descendo do cavalo e se aproximando de mim.

— E se eu disser que eles entrarão comigo? — Thomas manteve uma postura autoritária usando toda a sua seriedade para intimidar os homens que interceptavam nosso caminho.

— E quem seria você? — o capitão zombou com um sorriso de escárnio.

— Thomas Mitchell.

Essas duas simples palavras foram o suficiente para fazer o sorriso desaparecer do rosto do homem e deixá-lo totalmente vermelho de vergonha, enquanto os outros olharam confusos para ele.

— S-soldado Mitchell, o senhor sabe que estamos apenas cumprindo nosso papel, certo? — o capitão deu um sorriso amarelo — Mas se o senhor confia nessas pessoas, então é claro que elas podem entrar.

— Mas capitão, nós não podemos... — um de seus subordinados começou a dizer, mas foi interrompido com um olhar mortal.

— Você sabe com quem estamos falando? Nunca ouviu falar da fama do soldado prodígio?

— E-ele é o soldado prodígio!? — o jovem soldado abaixou a cabeça com as bochechas vermelhas e os olhos arregalados. — M-me perdoe, senhor!

Ao ouvir isso, todos os olhares se voltaram para Thomas que nem se importou com a grande atenção sobre si. Eu mesma estava muito curiosa e fascinada com a situação inusitada que se desenrolava na minha frente.

— Tudo o que precisamos é encontrar o rei, imediatamente. — foi tudo o que Thomas disse e os homens rapidamente abriram caminho.

— Por aqui, senhor.

Novamente montei no cavalo junto com Thomas e seguimos nosso caminho para dentro dos arredores do castelo. Não conseguindo mais me segurar, inclinei a cabeça para o lado para que eu pudesse ver o rosto de Thomas.