Cavalgamos por horas em uma velocidade constante, sempre seguindo pela floresta na intenção de evitar algum inconveniente e só paramos quando Phillip decide que é hora do almoço.
Só quando desmontei do cavalo percebi o quanto estava suada e cansada. Os outros pareciam relativamente bem, talvez por já estarem acostumados, enquanto eu desabei na primeira raiz de árvore que encontrei. Amélia foi a primeira a reparar o meu estado e se aproximou de mim com o rosto estampado de preocupação.
— Está tudo bem, Helena? — ela sentou ao meu lado.
— Sim, só estou me acostumando com o ritmo da viagem. — dei-lhe um sorriso não querendo preocupá-la ainda mais.
— Sabe, eu fiquei surpresa quando soube dos planos do rei e das tentativas de Phillip de levá-la para longe, eu não fazia idéia do que você estava passando — Amélia me encarou com uma pontada de tristeza — E eu me culpei por não perceber a tensão constante em que você se encontrava, me senti uma péssima amiga.
— Amélia...
— Então, por favor... — ela segurou minhas mãos entre as suas, sua voz carregada em uma súplica — Por favor, se precisar desabafar com alguém ou dividir os seus fardos, não hesite em me procurar!
Passei meu braço por seu ombro em um abraço lateral.
— Tudo bem, Amélia.
Passamos os próximos minutos conversando sobre várias coisas como não fazíamos há tempos e só paramos quando notamos Astrid se aproximando rapidamente de nós.
— Phil me pediu para levá-las até o rio, para lavarem o rosto ou coisa do tipo. — ela nos olhou com certa impaciência — Enfim, se quiserem vir, é só me seguir.
Ela se virou e saiu caminhando rápido sem se dá o trabalho de olhar para trás ou nos esperar, eu e Amélia trocamos olhares rápidos e decidimos segui-la.
Quando nos aproximamos do rio, percebi que as outras mulheres do grupo já estavam ali conversando animadamente, mas assim que perceberam nossa presença, pararam de falar e nos encararam com cautela.
— Fiquem à vontade. — declarou Astrid se aproximando do rio e já tirando os sapatos. Ela mergulhou os pés descalços na água e fechou os olhos com um leve sorriso, estava saboreando a sensação.
Me aproximei dela com Amélia logo me seguindo e imitei suas ações. Assim que senti a água fria e refrescante em minhas pernas, meu cansaço pareceu sumir.
As mulheres retomaram suas conversas ignorando totalmente nossa presença e cheguei a pensar que Astrid também se manteria longe de nós, mas ela permaneceu ao nosso lado.
— Obrigada por nos trazer até aqui, Astrid. — falei com sinceridade olhando para a ruiva ao meu lado.
— Já disse que foi um pedido do Phil, então não me agradeça. — Ela deu de ombros sem olhar para mim.
— Você parece bem próxima dele. — comentei distraída — Na verdade, todos aqui parecem respeitá-lo de certa forma.
— É claro que sim. — disse olhando para a frente com um olhar perdido. — Phillip salvou todos nós das situações horríveis que nos encontrávamos, se não fosse por ele... provavelmente eu estaria morta de fome.
— Eu não fazia idéia disso — murmurei com a voz baixa — Sinto muito...
— Não sinta. — disse estreitando os olhos em minha direção. — Tenho uma pergunta a fazer.
— Qual? — olhei alerta em sua direção, Amélia estava escutando toda a conversa, mas preferiu não interferir.
— Você sente alguma coisa pelo Phillip? — Sua expressão estava séria e afiada. — E não finja que não sabe do que estou falando...
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O Amor Perdido
RomanceSinopse: Tudo que Helena queria, era viver sua vida tranquilamente sem ter um pretendente, pois depois de perder o grande amor da sua vida, a princesa fechou as portas de seu coração para o amor. Porém, tudo muda quando ela, a princesa do gra...