''Lonely is as lonely does,
I sink beneath the bed sheets, drowning in the thought of us''
Casey - Hell
Acordei.
Pego no telemóvel para saber as horas.
São 3 da manhã.
Olho para o lado, e nada. Vazio. Encontro-me apenas eu e a minha própria solidão na cama.
Está frio. Ou serão apenas saudades tuas. Não sei. Sei que algo dentro de mim implora por calor, qualquer ele que seja, implora e continua implorando por algo, como se eu no meu estado mais puro não fosse suficiente, como se precisasse de algo que me completasse e aquecesse nesta noite de lua cheia.
Levanto-me. Vou à janela. Observo o jardim lá fora.
Silencioso, ele dorme ao mesmo tempo que nós. Os sorrisos e gritos desenfreados das crianças que o habitam são agora inexistentes.
Faz-me sentir mais seguro. O silêncio interminável. Acompanha-me. É um abraço metafórico.
Deito-me, outra vez, na cama. Eterna companheira. Conhece o meu corpo como ninguém. Adapta-se a mim.
Adormeço.
A saudade mantém-se, pelo menos, por mais um dia.
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Ego
Non-FictionO que sou em pedaços de papel, em linhas tortas escritas por aí. A alma diz olá, o coração diz adeus. A mente acorda. Eu apenas eu, nestes textos sou eu, e se um dia deixar de ser eu, retornarei aqui, àquilo que um dia eu fui.