Memórias

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As memórias tendem a ser como as pessoas;

Nascem, morrem e são imperfeitas.

Imperfeitas porque a memória que temos de algo do passado nem sempre é aquilo que realmente aconteceu. As nossas experiências e vivências baralham-se com uma facilidade assustadora.

Lembramos-nos de algo que aconteceu e parece tudo tão real, sabemos de primeira mão que faltam alguns bocadinhos dessa memória, e então tentamos completá-la com o que pensamos que aconteceu. É normal.

Mas sabem do que tenho medo?

Das memórias que perduram. Nem todas são boas. O que nos acontece de mal na vida tende a ter prioridade sobre o bom, e essas memórias perduram, e mexem connosco. A toda a hora. Quando menos esperamos.

Usam-nos como querem. Somos apenas bonecos nas suas mãos.

Uma má memória, e outra, e lá se vai a felicidade momentânea. Desvanece-se.

Mas é disto que somos feitos, de memórias.

O conjunto de memórias provém das nossas experiência, do que nos aconteceu, daquilo que nos tornou aquilo que somos agora.

Não somos apenas bonecos nas mãos delas, somos fieis companheiros crescendo à medido que elas se vão acumulando.

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