Embora

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Arrancaste-me as entranhas como se fosse teu

E sou, sempre fui

Sou teu até ao dia em que não mais me queiras.

O dia aproximou-se sem eu o ver

Agarrei-me, com unhas e dentes, a alguma parte de ti

Ao que me restava.

Com o tempo percebi a genuinidade da perda

Que meu equívoco foi achar que a eternidade era nossa base

E que a efemeridade do que tínhamos era complexa.

Que me perdi nas saudades que tinha de nós

E não no que faltava em mim.

Irritei-me. Descarreguei em ti.

Tornei-te mártir dos meus pecados e desejos.

A queda foi inevitável

Afoguei-me em outros corpos

Na procura do consolo que já não tinha em ti

Tornei-me insaciável

Saltando de cama em cama

Tentando apenas encontrar algo ou alguém

Cuja alma me acalmasse como a tua.

EgoOnde histórias criam vida. Descubra agora