São duas da manhã,
estou à janela
e a noite intercala meus pensamentos.
As luzes presentes na rua aquecem-me
como se fossem velas
aquecendo meu corpo
Estou sonolento mas a noite começou agora,
misteriosa, e eu sem segredos,
as vielas por essa lisboa a fora
escondem tudo,
escondem o suor dos corpos
o fumo das experiências alucinantes
o alcóol que escorre pelas ruas,
no chão devido a quem já se não se aguenta em pé.
A noite esconde a hemorragia que me deixa o corpo
numa ataraxia, que me asfixia a mente em prol
de trivialidades que me são importantes.
A noite, dona dos prazeres, vícios, e fugitivos,
Noite é arte na sua mais bela essência,
é arte porque é bela sem se esforçar.
A noite acolhe quem não tem para onde ir
a noite abraça quem se sente só
divagando por essas ruas, estreitas,
sem fim, perdendo-se na ilusão
de que a noite não tem fim.
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Ego
Non-FictionO que sou em pedaços de papel, em linhas tortas escritas por aí. A alma diz olá, o coração diz adeus. A mente acorda. Eu apenas eu, nestes textos sou eu, e se um dia deixar de ser eu, retornarei aqui, àquilo que um dia eu fui.