Está tudo nublado aqui.
Aqui, não no mundo real onde nos encontramos todos.
Aqui, dentro da minha cabeça. Aqui não há direcções. Não há sinais de stop. Para vos ser sincero, aqui não há nada, nem mais ninguém. Apenas eu e o nevoeiro.
Tolda-me a visão. Tolda-me o presente e o futuro. Ainda vejo o passado por vezes, pequenos momentos que já passaram, mas são pequenos turbilhões infelizes.
Num desses turbilhões, oiço vozes ao longe a rirem-se de mim. Porque é que se estão a rir???
Eu...eu não compreendo, eu não sei porquê. Começo a tremer. O meu corpo está abalado. Caio.
Estou de joelhos. Levo as mãos à cara. Os meus dedos tocam-me na pele molhada. As lágrimas encharcam-me a face.
Agora estou a chorar. Porque estou a chorar? Isto não podia ficar mais patético.
- Levanta-te. - Diz a voz ao meu ouvido.
- Desiste. Entrega-te à falta de emoções. - Diz a outra voz, no outro ouvido.
A minha mente continua em guerra. A debater-se contra ela mesmo. E eu,
Eu sou apenas o campo de batalha.
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Ego
Non-FictionO que sou em pedaços de papel, em linhas tortas escritas por aí. A alma diz olá, o coração diz adeus. A mente acorda. Eu apenas eu, nestes textos sou eu, e se um dia deixar de ser eu, retornarei aqui, àquilo que um dia eu fui.