— Hummm, I reve uam aiici creme – eu parecia uma pessoa que acaba de ter uma cãibra no cérebro falando, o atendente queria ser super simpático, mas estava na cara que ele não entendeu nada do que eu falei — Hi, I'd like two chocolate-covered cream cones, please – claro que quando Jimitry falou, o atendente não só entendeu, como se derreteu mais que o sorvete que pedimos. Assim que recebemos nossas casquinhas, fomos em direção a uma das mesas da praça de alimentação. Nos sentamos frente a frente e comemos tranquilamente, o shopping não estava muito cheio, mas na praça de alimentação havia uma certa comoção de pessoas, ao nosso lado um grupo de meninas cochichavam sobre algo, e cada vez mais eu pensava que devia me esforçar mais pra aprender o bendito inglês, eu queria saber o que as pessoas falavam, ser fofoqueiro em outro pais é difícil. Sei que era sobre nós que elas falam, pois ainda que não entendesse o idioma os olhares eram muito claros e nem um pouco sutis, ouço uma risada baixa de Jimitry, antes dele chamar meu nome, o encaro rapidamente, fugindo da distração de meus pensamentos.
Posso ouvir agora mais alto ainda os cochichos e gritinhos histéricos delas quando ele estende a mão tocando o canto dos meus lábios e limpando o sorvete que nem vi que estava ali, em seguida o levando ate os próprios lábios e sugando o creme branco. Confesso que fique paralizado por alguns segundos, ainda podia sentir o calor de seu dedo em minha pele, em seguida ele me alcança um guardanapo, o que poderia ter feito desde o início, mas me sinto muito envergonhado pra fazer algo, e apenas aceito o papel o passando sobre os lábios.
...
Não entendi nada sobre o filme, mas confesso que amei ir ao cinema. Jimitry teve o cuidado de escolher um desenho pra que eu não ficasse tão perdido na história, a sala estava quase vazia, o que me deixou mais confortável, com exceção de que os lugares que ele comprou não tinham divisórias, eram como um grande sofá de dois lugares, sentados lado a lado, eu podia sentir o calor e o perfume que emanava de seu corpo, mas a coisa que mais me chocou foi o pensamento que me veio a seguir “ não é tão bom quanto o de Samuel “. Engulo seco aquela loucura que me passou pela cabeça e pedindo licença, corro pro banheiro mesmo sem saber onde era. Depois de perguntar a um dos funcionários onde ficava o lugar, a primeira coisa que faço é afundar o rosto em um pouco de água gelada, desde aquele dia da praia, estes pensamentos vem me atingindo, mesmo com o aperto no peito por causa de suas palavras, meus pensamentos ainda vagam em sua direção.
Encho minhas mãos de água e afundo o rosto ali, esperando que a frieza dela acalme meu constrangimento, mas ele não se vai, já que assim que ergo meu rosto Jimitry está atrás de mim, me assusto e acabo escorregando no piso do banheiro, mas braços firmes me agarram rapidamente — Cuidado baby – seus olhos me encaram um pouco alarmados, desvio o olhar lhe agradecendo e recuperando o equilíbrio, ou quase, já que minhas pernas tremiam — O que… o que está fazendo aqui ? – ele sorri ao se afastar, agradeço mentalmente e aproveito pra molhar mais uma vez o rosto, acalmando o rubor das minha bochechas — O filme já acabou. Você parecia meio pálido e estava demorando, fiquei preocupado – e de fato eu podia ver preocupação em seus olhos, por alguns minutos antes de seu rosto emoldurar um sorriso sobre os lábios — Mas agora está completamente corado, devo ter me enganado não!? – seu comentário sobre minhas bochechas só fez com que eu me sentisse ainda mais envergonhado, e pra piorar minha situação meu constrangimento treme minhas mãos que ainda estavam sobre a torneira. Meu rosto e peito são atingidos pela água, quando desastradamente eu abro a torneira ao invés de fechá-la, a pressão da água é enorme, completamente vencido pelo elemento, sou salvo por ele, que nem tentou disfarçar as risadas.
Jimiitry fecha a tornei, quase gargalhando da minha desgraça, não via mas ouvia com clareza seu deboche sobre minha situação, em seguida sinto as toalhas de papel tocaram meu rosto, enchugando com delicadeza a água — Ahh me desculpe Pedro, mas não pude me conter, você sempre parece um pequeno filhote – agora com os olhos secos e abertos, encaro Jimy que ainda sorria a minha frente — Parece um pontinho molhado¹ – seus sorriso era lindo, seu olhar extremamente afetusos, e suas palavras tão doces, mas não pude me conter em arruinar o clima amigável diante daquela declaração. No mesmo instante começo a rir, sua dificuldade em acertar ditos populares era demais pro meu fraco senso de humor, ele apenas me encara, ainda sorrindo ele apenas espera meu tempo. Respiro fundo, limpando meus olhos agora pelas lágrimas, ia lhe encarar e pedir desculpas por ser tão infantil, mas assim que nossos olhos se encontram, ele me surpreende mais uma vez com suas palavras — E tão bom te ver sorrindo Pedro, sua risada é linda !!
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Mesmo que não seja eu... Me deixe ficar
RomanceUma promessa... Uma esperança... O que essas duas coisas tem em comum ?? Descobra ao conhecer uma pouco mais sobre Samuel e Pedro.