Assumindo a responsabilidade

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— Pedro amor, não vai tomar café ? – a voz da mulher soa do outro lado da porta, mas o som do chuveiro ligado não permite que sua pergunta seja ouvida, ou pelo menos não respondida, já sua atenção estava completamente voltada ao que acontecia um pouco abaixo de si. A mão que subia e descia em certa velocidade, acariciava com desejo o membro excitado, o calor toma conta de seu corpo conforme a boca envolve seu comprimento. E sem poder suportar mais, o garoto se derrama, sentindo o prazeroso arrepio lhe correr pela espinha. A respiração ainda era falha e apressada, quando o homem até então de joelho, se põem de pé, vindo em direção a boca do menor, que rapidamente lhe impede, olhando fundo em seus olhos. O som do chuveiro se interrompe, e a voz de Pedro ecoa acima da fumaça densa de calor — Tem alguém aí? – a pergunta é feita, ainda sobre o olhar atento do outro homem — Ahh bebe, é a mamãe... Você não tinha me ouvido. Está tudo bem? O café está pronto – a voz calma da mulher agora ouvida com clareza, chega até ele — Oh desculpe mãe, estou no banho, não devo ter ouvido a senhora chamando. Desço em um minuto – assim que a mulher verbaliza um "tudo bem, espero você" seus passos podem ser ouvidos se afastando pelo corredor. Mas os lábios do homem ainda estavam cobertos e afastados dos seus — Nos vemos depois – já dizia o mais novo se enrolando no roupão e deixando o banheiro, assim como o homem de pau duro ainda lá dentro.



— Eii filhote gostaria de mais uma panqueca? – a elegante senhora, que vestia um terno Armani, feito sob medida, em um tom carmim, perguntava sentada do outro lado da mesa — Oh não mãe, agradeço mas estou cheio – Pedro sorria, limpando as delicadas marcas de glacê dos lábios, enquanto agradecia em inglês a pequena governanta que retirava seu prato — Tão delicado quanto um príncipe. Fico feliz que Samuel tenha lhe proporcionado alguns ensinamentos. Mas a partir de agora, mamãe pode te ensinar tudo que precisar – o sorriso da mulher era largo e animado, agora sendo encoberto pela xícara de café — Também sou grato pelo que aprendi, mas gostaria de não lembrar daquele tempo, espero que a senhora entenda – o garoto não esboça reação além de um engolir seco, a mulher concorda com pequenos " claro, claro" até a empregada os interromper — Excuse me madam. The lawyer arrived ( Com licença madame. O advogado chegou ) – indicando que o mandasse entrar, a mulher se ergue da mesa — Esta na hora. Vamos filhote? – a mulher lhe estica a mão, o convidando a segui-la. E ele a segue, pois depois de um longo mês, havia chegado o dia.

— Só mais esse, e está tudo acabado amor – a mulher lhe empurra o último documento que deveria ser rubricado pelo garoto. Que assim o fez, a mão um pouco trêmula, deixava a letra delicada sobre o papel, e quando a última letra foi deixada ali, o sorriso da mulher se alargou. O advogado em silêncio durante todo processo, recolhe a papelada a colocando bem guardada dentro da pasta de couro importado — Isso é mesmo tudo? – pergunta a mulher ao homem, que lhe acena com a cabeça em confirmação — Ahhh filho que felicidade. Enfim tudo está como deveria, desde o começo – seus braços abraçam o mais novo, que lhe retribuiu rapidamente, compartilhando consigo um sorriso — Mas... A parte mais importante ainda não terminou. Esta na hora de se arrumar meu bem – a mão acaricia seu rosto, e acenando com a cabeça, o garoto a deixa, subindo as escadas em direção a seu quarto.

...

O terno bem alinhado e de uma marca tão cara, que Pedro nunca nem em revistas a viu, lhe cobria o corpo de forma impecável. A mulher ao seu lado, também estava muito bem arrumada, e não seria pra menos, hoje e a tão aguardada e decisiva reunião de acionistas. O trajeto foi silencioso, ainda que a mão da mulher estivesse em contato com a sua durante toda viagem, numa espécie de conforto, o nervosismo do menor era óbvio, e não seria diferente já que... Ele estaria lá. Conforme o carro se aproximava da entrada do prédio, o frio na barriga do garoto se tornava mais assustador. A porta foi aberta pelo chofer, e todos os seguranças parados ali, se curvam ao cumprimentando os recém chegados. Parecia que todos já sabiam do que se trava o dia de hoje, conforme iam adentrando o prédio e se direcionando ao elevador executivo, a aura do lugar parecia pesada e quase sombria. O botão do 9° andar é pressionado, e a música ambiente ecoava dentro da caixa de metal, mas os ouvidos do garoto pareciam entupidos, apenas a respiração pesada e a pulsação elevada eram percebidas por seu corpo, mas logo o choque foi o que lhe atingiu, quando a porta se abre, e logo em frente das portas de vidro, aquela silhueta é facilmente reconhecida. Samuel com Jimmitry ao seu lado, o encaram com olhos surpresos, apesar de saber que ele estaria ali neste disse. Engolindo em seco, o garoto sai do elevador, seguindo de perto a mulher, que cumprimenta os demais acionistas que por ali estavam. O corpo de Pedro recebe um choque, quando seu corpo se choca ao do mais velho — Me desculpe – a voz grave, lhe faz fechar os olhos e respirar fundo, respondendo um fraco e breve " não foi nada", logo entrando na sala, que já se enchia aos poucos. Sobre a mesa, alguns papeis, garrafas de água, xícaras de café, canetas e o notebook conectado ao retroprojetor, fixado à parede. Os lugares já eram tomados, e uma conversa baixa ecoava pelo espaço. As mãos de Pedro começavam a suar quando a voz da mulher se pronunciou mais alto no espaço — Senhores, senhoras. Vamos dar inicio a reunião – todos se arrumam sobre as cadeiras, prestando atenção a introdução dada pela secretaria, que categoriza as pautas que serão abordadas, sendo a principal, a votação para o novo presidente da One4ever.

Mesmo que não seja eu... Me deixe ficarOnde histórias criam vida. Descubra agora