Dois

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Marinette não conseguia entender como um baile no qual ela não havia feito nada além de dançar algumas vezes e escutar a falação de homens em busca de uma esposa poderia cansa-la tanto assim. Pela manhã, ela acordou espantando a vontade de permanecer em sua cama e logo colocou um de seus vestidos perolados. Hoje, ela seria cortejada. Estava animada, apesar de que a ideia de estar envolta por mais assuntos tediantes a assustasse. Na verdade, ela estava animada para ver uma pessoa específica, ou melhor, um duque. Luka Couffaine. Será que ele apareceria?!

Marinette não queria criar expectativas, mas havia gostado dele e de sua personalidade. Ele daria um ótimo marido, além do mais, era um duque. Ela não sabia porque se sentia assim. Só havia conversado alguns minutos com ele. Mas ela conseguiu ver bondade e empatia através de seu olhar. Ela enxergou ele como um companheiro e amigo nesse momento que trocaram juntos.

É claro que ela havia ficado chateada por não ter dançado com ele ontem e estava realmente com medo dele ter desistido dela por ela o ter dispensado para ir falar com a irmã. Mas se ele, de fato, fez isso, mostrava que o caráter dele não era como ela havia pensado. Afinal, Marinette não toleraria um marido que quisesse se sobressair à sua família. Cada um dos dois teriam prioridades separadas de seu relacionamento.

Marinette desceu a sala de recepção de sua casa. Sua mãe já a esperava, vestindo um dos vestidos da cor da família: o rosa queimado.

- Filha... Você está magnífica! - ela disse, caminhando em sua direção.

- Obrigada, mamãe. - Marinette sorriu enquanto a mãe passava as mãos pelo rosto da filha, a admirando.

Sabine Dupain-Cheng era a mãe que qualquer garota da alta sociedade de Paris gostaria de ter. Sabine vinha de uma linhagem de pais ricos e comerciantes, mas isso não havia limitado a filha, que estudou na Suíça aos quatorze e com dezessete se apaixonou perdidamente por um viajante espanhol. Havia sido amor à primeira vista. Sabine sempre contava a suas filhas qual foi a sensação de presenciar o amor pela primeira vez, deixando nelas o sonho de alcançar aquilo algum dia. Sabine realmente desejava que suas filhas se casassem com o amor de suas vidas e tivessem a melhor companhia até a morte os separarem. Ela não queria imaginar seus bens mais preciosos, suas filhas, sendo mal tratadas ou traídas por maridos supérfluos que não sabem o que é o amor. E ela não permitiria qualquer barreira entre o amor delas. Tom, por exemplo, não tinha um nome renomado, ou status, muito menos dinheiro para pagar o dote de Sabine, mas a família dela permitiu o casamento sem repensar quando ela disse que estava apaixonada e queria um futuro com aquele homem. Sabine e Tom fariam o mesmo para Bridgette ou Marinette se fosse necessário. Mesmo que a família ficasse ainda mais mal olhada do que eram, por já ter ocorrido um casamento dessa forma anteriormente.

- Seu pai já já chegará. - Sabine exclamou - Está resolvendo algumas coisas com Félix!

Marinette arregalou os olhos.

- O dote de Bridge?! - questionou, empolgada.

- Provavelmente! - a mãe respondeu, voltando a se sentar no sofá.

Marinette caminhou até a grande mesa posicionada naquele cômodo, cheia de petiscos e iguarias. Ela pegou um macaron e o mordeu, espantando a ideia de que logo sua irmã não estaria mais morando no mesmo teto que ela. Sua irmã teria outra família na qual iria priorizar. Ela não pode evitar o ciúmes que a preencheu. Queria a irmã para sempre ao seu lado.

Como se a tivesse chamado, Bridgette entrou na sala.

- Irmã! - ela falou, correndo até Marinette e segurando seus ombros - Pronta para o dia de hoje?

Marinette riu, terminando de engolir o macaron.

- Sim.

- E tem algum rapaz em mente? - Bridgette indagou, maliciosa.

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