Oito

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- Argh! - Marinette bufou, completamente descontente.

Havia acordado naquela manhã com um baita mau humor. Ter Adrien em sua casa desde às oito da manhã também não colaborava nem um pouco. Nesse momento, ela estava em seu quarto, ainda com a camisola, revirando seus inúmeros vestidos no guarda-roupa sem achar um que a agradasse. Ela deveria se apressar já que as visitas já estavam lá embaixo, a esperando.

Marinette odiava ser acordada na pressa. Odiava se arrumar com pressa, odiava ter que fazer algo com rapidez. Seu lema era: a pressa é inimiga da perfeição. Mas ultimamente, ela andaria considerando Adrien Agreste como seu pior inimigo.

Não havia dormido bem durante a noite por culpa dele.

Ela não conseguia tirar da cabeça o que ele havia feito ontem com ela. Primeiro, que ela não conseguia entender o porquê havia gostado tanto daquilo. Segundo, ela não estava acreditando que o duque de Genevieve havia, realmente, violado seu espaço pessoal e ELA HAVIA PERMITIDO?!

Como o encararia essa manhã sem se recordar dos seus toques?

Como evitaria as bochechas vermelhas, algo que era praticamente certeiro que aconteceria?

Como fingiria indiferença?

- Quem ele pensa que é?! - Marinette murmurou, emburrada, enquanto deixava com que sua camisola, agora desabotoada, caísse pelo seu corpo até o chão - Quem ele acha que sou?

Decerto, ela estava brava, irritada, descontente e entre outros adjetivos.

Ter que enfrentar a presença dele naquela manhã para decidirem o que fariam com Antony seria um verdadeiro inferno.

Marinette terminou de se arrumar, fazendo um coque alto em sua cabeça e ajeitando o tecido do vestido rosa choque que usava. Ela saiu à passos certeiros de seu quarto e desceu a escada já indo diretamente à sala de visitas. Ela não comeria. Queria acabar logo com aquela tortura.

Quando abriu a porta, com um tanto de força, digamos, as pessoas lá presentes se sobressaltaram.

Sabine deu um pequeno pulo pelo susto repentino. Félix e Bridgette olharam imediatamente para porta. O único que se manteve com a postura ereta e com aquela cara de sonso esnobe foi Adrien, que a olhou com um pouco de indiferença, dando de ombros com um sorrisinho cafajeste.

Ah... Marinette queria estraçalha-lo em inúmeros pedacinhos.

- Bom dia. - ela disse, deixando extravasar seu mau humor através das palavras que, outrora, seriam doces e aconchegantes.

- Bom dia, querida. - Sabine falou - Está bem? - ela indagou ao perceber a carranca de Marinette.

- Ótima, mamãe! - Marinette respondeu, afiada, sentando-se com desgosto ao lado de Adrien, o único lugar reservado para si.

Adrien deu uma pequena e sútil risadinha, que passou despercebida pelos outros, mas não por Marinette, que o encarou com fúria.

Aquilo só o havia dado mais vontade de rir, mas ele se segurou, tendo em vista que talvez sairia de lá com um olho roxo.

- Certo... - Marinette começou - Precisamos decidir o que faremos com Antony. Se o mandaremos para um orfanato ou o colocaremos em um internato ou se o daremos para alguma instituição. Alguma ideia?

- Acho que um orfanato seja a melhor opção! - Félix murmurou.

- Sim, contanto que sabemos a índole dos funcionários de lá e tivermos certeza de que ele estará em boas mãos. - Bridgette concordou.

- Mas manda-lo para um orfanato não é traumático demais? - Sabine questionou.

- Concordo com a Senhora Dupain-Cheng. - Adrien falou - Antony já teve família, já foi vendido e comprado e agora está conosco. Manda-lo para outro lugar para que ele passe por tudo isso novamente pode traumatiza-lo.

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