Sete

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Os quatro, Félix, Bridgette, Marinette e Adrien, não tardaram em chegar na ópera.

Assim que Marinette desceu da carruagem, teve seus braços tomados pelos de Adrien. Ela se assustou com o ato repentino dele de passar o braço por debaixo do seu, mas quando ele a ofertou um sorriso e olhou para a multidão logo em sua frente, ela entendeu o porquê do duque ter feito aquilo: a encenação que estavam fazendo.

Seu sorriso desvaneceu lentamente conforme ela relembrava que aquele encontro não era nada demais. Era simplesmente parte do plano. Adrien estava fazendo aquilo por obrigação e não por querer a companhia dela.

- Você está bem? - ele questionou, ainda próximo à ela, quase sussurrando em seu ouvido, enquanto esperavam na fila dos ingressos - Ficou séria do nada.

Marinette espantou os pensamentos e voltou a sorrir.

- Estou ótima. Somente cansada. - respondeu.

- O sono da beleza hoje de manhã não foi o suficiente? - ele perguntou ironicamente.

Marinette riu.

- De fato, foi. - ela disse.

Adrien a encarou por alguns minutos. Seus olhos fixos aos olhos dela. Marinette estava esbelta. Ele ainda se impressionava com a beleza dela. Ainda perdia ao fôlego ao vê-la. Era como se a descobrisse de novo e de novo, toda vez que a via. Ele se perdia em seus traços. Adrien desceu o olhar para a boca dela. Aparentava ser tão macia e receptiva. Ele queria prova-la e toma-la nos braços, a beijando.

Mas ele não podia.

- Próximo! - o vendedor da cabine de ingressos os chamou.

Adrien foi forçado a se dispersar da mulher que admirava e caminhou à frente, tirando o dinheiro do valor dos ingressos e o dando.

Quando os dois adentraram o teatro municipal de Paris, Adrien percebeu que deveria ir se acalmar um pouco. Seu coração estava exaltado pelos pensamentos que havia tido. Por isso, ele parou de andar, ainda no hall de entrada, e se virou para Marinette:

- Pode me esperar aqui, por favor?! Preciso ir ao banheiro.

Marinette o olhou um tanto confusa. Adrien estava pálido demais, não parecia estar bem.

- Claro. - ela respondeu, o ofertando um sorriso.

O duque, contudo, saiu à passos ligeiros de perto dela. Ele precisava lavar o rosto e respirar bem fundo porque a noite seria longa. "O que está acontecendo comigo?!" - ele pensou, preocupado, conforme se afastava cada vez mais de Marinette. Ele estava perdendo a cabeça e a noção, juntamente. "Apenas atração..." - ele repetia à si mesmo, evitando pensar no que estava, de fato, acontecendo. Ele estava se apaixonando por Marinette Dupain-Cheng.

Marinette, entretanto, ficou parada no hall de entrada, observando Adrien se afastar um tanto aguerrido. "O que está havendo?" - ela se questionou, sem entender o comportamento estranho do duque. Marinette se dirigiu aos cantos daquela imensa sala, coberta por lustres e escadas ornamentadas que levariam ao auditório, para sair do meio da multidão que adentrava o lugar. Bridgette e Félix já haviam entrado.

De repente ela sentiu uma mão em seu ombro e se apavorou pelo toque, se virando para trás atordoada. Quando notou quem estava ali, a oferecendo um sorriso, ficou um tanto extasiada.

- Senhor Couffaine?! - ela o chamou.

- Senhorita Dupain-Cheng. - ele murmurou de volta - Como está?

Luka não podia controlar o sorriso em seu rosto por vê-la novamente.

- Excelente! - ela o respondeu, também não evitando o sorriso admirado e surpreso - E o senhor?

- Apenas vivendo a vida. - ele suspirou um tanto triste - Antes de continuarmos essa conversa, devo justificar o porquê do meu sumiço e lhe pedir desculpas. - Luka segurou ambas as mãos dela entre as suas e Marinette não teve reação à esse ato. Suas mãos eram tão quentes e aconchegantes - Minha irmã acabou não resistindo à Febre e eu não aguentei permanecer na cidade esses últimos dias. Voltei hoje de manhã para assistir à ópera essa noite. Fui um dos patrocinadores.

SaudaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora