Nove

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Marinette confessava a si mesma, mentalmente, que estava se sentindo culpada por ter praticamente expulsado Adrien de sua casa, mais cedo.

Enquanto Luka conversava com ela, Marinette apenas conseguia se dispersar de volta para seus pensamentos, para ele. Ela estaria mentindo se dissesse que não sentia falta dele por aqueles poucos minutos que ficou conversando com outro. Entretanto, ela não queria se dar por vencida. O que Adrien havia feito, apesar de ter sido... muito prazeroso... foi errado.

Eles poderiam ter sido pegos. Era arriscado.

E agora, definitivamente, Marinette não entendia o que estava acontecendo consigo porque ela não aguentava mais ficar sentada naquele sofá escutando a voz de Luka.

Ela estava entediada com ele. Com a conversa que estavam tendo.

Logo ela, que antes havia dito que o amava e que queria se casar com o duque de Serine. Marinette não aguentava mais manter aquele sorriso falso em seu rosto, que faziam as maçãs de sua bochecha doerem.

Ela queria expulsar Luka dali, também. Talvez no fundo, era essa solidão que ela estivesse precisando. Sem homens no seu soslaio.

Contudo, ela não podia fazer aquilo.

Por isso, ela esperou e esperou e esperou mais um pouco até que a hora do almoço chegasse e Luka tivesse que se retirar.

Quando ele finalmente saiu de lá, Marinette suspirou aliviada, relaxando a postura e ficando menos tensa do que antes.

Ela almoçou.

Tocou piano.

Leu.

Bordou com sua mãe.

Ensinou xadrez para Antony.

Seu dia havia sido produtivo. Sem homens, sem aflições, sem pedras no seu sapato.

Quando a noite chegou, ela não tardou em se retirar para sua cama. Estava cansada e iria recompor todas as noites de sono que perdera.

Na manhã seguinte, ela se levantou de bom humor, ao contrário do dia anterior. Colocou sua roupa de montaria, fez uma trança em seus cabelos e saiu determinada que hoje cavalgaria depois de tanto tempo.

Por isso, só avisou sua mãe que estava indo aos estábulos e não se justificou para mais nada.

Chegando lá, ela cumprimentou o cuidador, foi até Tikki, sua égua, e não esperou muito para montar nela e dar uma volta pelo imenso terreno. Ela poderia aproveitar a saída pela floresta e escapar um pouco de sua casa. Sim. Ela faria aquilo.

Antes que Luka chegasse com mais falação ou antes que Adrien aparecesse com aquele sorriso infernal.

Ela amava a sensação de usar calças. Se sentia livre para mover a perna como desejasse. Ela só não poderia permitir que ninguém a visse daquela forma, ou as fofocas fariam o desprazer de vê-la afundar em seus próprios atos, afinal, a roupa que estava usando era completamente impropria.

Ela fez com que Tikki acelerasse as galopadas. Já estava na floresta, o que tornava a situação ainda melhor e mais emocionante. Era bom sentir a adrenalina e o coração batendo com força no meio do peito.

Ela fechou os olhos, sentindo o vento se chocando contra seu rosto.

Só que Marinette não havia percebido o galho no chão, logo à frente, no caminho. Muito menos percebeu quando Tikki se assustou com aquilo, relinchando para trás e fazendo com que Marinette caísse no chão.

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Adrien, assim como Félix, havia sido convidado pelos Dupain-Cheng para um almoço em sua residência.

SaudaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora